Dec 6, 2024 / 15:38 pm
“Buscar falar de uma maneira que a criança compreenda, com um linguajar que ela compreenda, mas mantendo sempre a verdade”, orientou o catequista Thiago Moraes, casado e pai de três filhas, sobre como ensinar as crianças sobre o Advento.
Thiago Moraes é professor de Filosofia, Teologia e Ensino Religioso e há mais de 20 anos se dedica à catequese no Rio de Janeiro (RJ). Em outubro, recebeu o ministério de catequista na arquidiocese do Rio.
O Advento é o tempo de preparação para o Natal. Começa quatro domingos antes dessa festa, neste ano foi no dia 1º de dezembro, e segue até o dia 24 de dezembro. O Advento está dividido em duas partes: as primeiras duas semanas servem para meditar sobre a vinda do Senhor quando acontecer o fim do mundo; as duas seguintes servem para refletir concretamente sobre o nascimento de Jesus no Natal.
À ACI Digital, o catequista destacou que “as crianças são muito inteligentes, muito mais do que a gente imagina”. “Às vezes, ficamos pensando em milhares de formas de explicar as coisas, quando na verdade elas conseguem compreender muitas daquelas coisas que a gente considera complexas. Então, não é necessário grande adaptação” para falar sobre o Advento, ressaltou.
Para o catequista, ao falar sobre o Advento para as crianças, “não é preciso entrar em grandes detalhes em tudo, mas sim ir apresentando a coisa com profundidade tanto quanto ela se interessar”. “Se ela se interessar por algum aspecto complexo do Advento ou de qualquer outra coisa, dar vazão àquela curiosidade dela e explicar. Se ela não entender, pode ter certeza que ela vai perguntar”, disse.
“Esse é o primeiro ponto”, disse, mas ressaltou a necessidade de “explicar de uma maneira” que seja “interessante” para as crianças, ou seja, “fazer isso de uma maneira lúdica, sempre através de brincadeiras, ou de momentos celebrativos, ou de símbolos”. “Isso ajuda muito as crianças a perceberem e se identificarem com aquilo que se está a explicando”, disse.
Para Thiago, “é muito importante que haja sempre uma correlação entre aquilo que se está explicando na catequese e a Liturgia”. “É uma forma muito interessante de fazer com que aquilo que foi apresentado para elas na teoria ou num bate-papo se concretize ali na prática, de modo celebrativo”, disse.
O catequista sugeriu “ressaltar na catequese algumas coisas que foram feitas na missa, alguns dos símbolos que foram levados” e “trazer também momentos celebrativos para dentro da catequese, como o acendimento da coroa do Advento, a montagem do presépio”.
Mas, ressaltou, “tudo isso pode ser feito dentro da família também”. “É importante que as famílias entendam que o primeiro espaço para a catequese é dentro de casa. Compreendendo isso, vão fazer também em família esses momentos celebrativos”, como acender juntos a coroa do Advento, montar a árvore de Natal, o presépio.
“É importante que isso se torne um evento, não algo que a mãe vai pegar e tirar todos os enfeites da casa e sair ela montando sozinha”, disse. Segundo ele, quando a família se reúne para essas atividades, elas se tornam uma ocasião para que todos “participem e reflitam também sobre o que está sendo realizado”.
Thiago destacou que as crianças viverão o Advento no cotidiano “tanto quanto aquilo lhes falar à sua realidade”. Assim, catequistas e os pais devem “fazer com que a vivência do Advento – bem como de todos os tempos litúrgicos” – se torne “algo do dia a dia, não algo que é feito só no domingo”.
O catequista recomendou que o Advento seja “trazido para o cotidiano” através das “orações que se faz em família ou na catequese”, ao “falar do significado desses símbolos” para que as crianças “não vejam aquilo como algo que simplesmente lembra o Natal, mas o porquê daquilo lembrar o Natal, por que se monta o presépio, o que significa aquela cena, mostrar que Deus se faz um de nós, Deus vem ao nosso encontro, Deus se faz humilde”.
“A partir do momento que a criança compreende essa realidade, ela vai viver isso no seu dia a dia. Enquanto a montagem do presépio parecer simplesmente a montagem de uns bonequinhos que são postos num lugar para lembrar que Jesus nasceu, aquilo pouco vai se traduzir para algo na sua vida”, disse.
Especificamente na catequese, onde geralmente há um maior número de pessoas, Thiago sugeriu que seja feita uma “uma encenação teatral do nascimento de Jesus”. “Isso faz com que as crianças se insiram naquele mistério e possam vivenciá-lo ali de modo a estar imersas naquele acontecimento”, acrescentou.
Já nas famílias, algumas coisas “bem específicas podem ser feitas”, como “um pequeno momento de partilha, de catequese mesmo, em que algum membro da família que tenha melhores condições possa explicar alguma coisa a cada dia”. O catequista disse que a pessoa pode contar com a ajuda de livros e sites que trazem reflexões diárias. Ele sugeriu que seja feita a leitura de uma reflexão, meditação ou do Evangelho do dia, “seguida de uma pequena partilha, que não dure muito”, porque a criança “é muito inteligente, mas se dispersa rápido”. Então, “uma pequena conversa de cinco minutos ou menos faz um grande efeito”, disse.
Outra sugestão do catequista para viver o Advento com as crianças em família é a elaboração do calendário do Advento, “um costume que na Europa é muito comum e no Brasil nem tanto, mas que tem ganhado espaço”.
Trata-se de um calendário que marca desde o primeiro domingo do Advento até o Natal. “E em cada dia há uma série de tarefas, propostas, meditações que possam ser feitas”, disse. Thiago citou alguns exemplos do que pode ser definido como tarefa diária: “montar o presépio; montar a árvore de Natal; prestar mais atenção àquilo que o padre disse na homilia na missa; falar de Jesus para alguém; pensar qual presente posso oferecer a Jesus, que obra de caridade posso oferecer a Jesus como presente a Ele que vai nascer; ajudar uma pessoa a ter um Natal melhor”.
“Tudo isso, vivido em cada dia, gera em nós, e muito mais nas crianças, certa expectativa. O que vai acontecer amanhã? O que vai ser dito amanhã? O que haverá no próximo dia?”, disse. “E Advento nada mais é do que expectativa, a expectativa do Cristo que vai chegar. Então, aquela expectativa do calendário vai ajudar a criança a perceber a expectativa do Cristo que vai chegar no Natal”, completou.
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