Dec 16, 2024 / 15:28 pm
Comunidades católicas que cuidam de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo celebraram o Natal dos Pobres ontem (15) na praça Júlio Prestes, no centro da cidade.
Cerca de 300 voluntários atenderam as 900 pessoas que foram ao evento. “A festa sempre ocorreu na Praça da Sé, com público de 1,5 mil a 2 mil pessoas, mas este ano quisemos fazer aqui, porque esta região tem moradores de rua em situação mais delicada”, disse Ana Paula Pereira, coordenadora do Natal dos Pobres à ACI Digital. Ela ressalta que a festa é o encerramento de uma missão que durou a semana toda e é uma oportunidade de oferecer uma ceia digna a quem não normalmente não teria condições.
Abordagem com caridade cristã
A diferença da abordagem cristã, em primeiro lugar, é a observação da dignidade que todas as pessoas têm, disse Ana Paula à ACI Digital. Uma dignidade que não é só humana, diz a voluntária.
Para Ana Paula, o que faz uma pessoa querer sair de uma situação difícil “é sentir que existe um Deus que a ama e que existem pessoas que desejam ser irmãs com ela, já que todos somos filhos de um mesmo Pai”.
O ex-presidiário e morador de rua Rodrigo Godoy conheceu a Aliança de Misericórdia no Natal dos Pobres de 2021. “Fiquei tocado pela maneira com que trataram os pobres”, recorda. No final da festa, como fruto da oração e atendimento, Rodrigo resolveu voltar para o interior de São Paulo e reencontrar a família. A partir de então, voltou a trabalhar como eletricista e hoje é servo da comunidade, como forma de retribuir o que fizeram por ele.
A preparação da festa começou com uma equipe que trabalhou nos cortes de cabelo e no cuidado com as unhas dos moradores de rua. Além dos pobres atendidos pelas comunidades Aliança de Misericórdia, Toca de Assis e Fraternidade O Caminho, estiveram presentes pessoas que vivem nas ruas da região.
Gabriel Félix, tem 25 anos de idade e é dependente químico desde os 12. Para ele, conhecer a Aliança de Misericórdia representa um recomeço, guiado por Deus. “Estou saturado dessa situação de rua e da escravidão das drogas”, disse à ACI Digital. “Agora que Deus estendeu a mão para me resgatar, eu resolvi estender a minha mão para Ele”.
Encontro com Cristo
O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, celebrou a missa que deu início ao Natal dos Pobres.
Em sua homilia, dom Odilo disse que Cristo conta com o carisma de quem atua junto às pessoas em situação de rua para indicar o caminho da vida a quem o perdeu. “No Natal, Deus vem ao nosso encontro. Ele tanto nos amou que nos deu seu Filho Único para nos resgatar das trevas para a luz. Com Ele, sempre é possível renascer para uma nova vida”.
Amor voluntário
Segundo o padre João Henrique, um dos fundadores da Aliança de Misericórdia, a comunidade que hoje atua em 50 cidades do Brasil e em oito países, surgiu quase que por acaso. “Eu vim da Itália para trabalhar numa paróquia de Belo Horizonte e alguns meninos que viviam na rua me pediram ajuda para sair daquela vida”, conta o padre. “Aos poucos a vontade de trabalhar com os moradores de rua foi amadurecendo. Fizemos dos pobres a nossa família e daqueles que não têm casa, a nossa casa”.
Após a missa, todos puderam desfrutar de uma ceia servida pelos voluntários. Os voluntários ainda distribuíram cerca de 300 marmitas nas ruas do centro de São Paulo.
A estudante Ana Clara Albuquerque é uma das servas da Aliança de Misericórdia. “O olhar do pobre, a alegria que manifestam ao receber atenção, uma mensagem, um prato de comida, a gratidão que manifestam, me cativaram desde o início”, afirma Ana Clara.
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