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Dioceses nos EUA diminuem idade mínima do crisma para fortalecer fé de jovens

Missa de crisma na paróquia de St. Mary em Franklin, no Estado de Massachussets, EUA, em 21 de setembro de 2024. | Paróquia de St. Mary

A diocese de Baton Rouge, Louisiana, EUA, anunciou que vai diminuir a idade para crisma.

Tim Glemkowski, que lidera a Amazing Parish , ministério criado para apoiar sacerdotes católicos e ajudar paróquias a florescer, falou sobre os desafios que jovens adultos enfrentam na cultura atual para permanecerem católicos.

“As pressões da cultura estão longe, não em direção, à crença e prática religiosas. É justo dizer que nossa cultura, falando de modo geral, não se presta a pré-condições”, disse Glemkowski à CNA, agência em inglês da EWTN News.

Conforme a Igreja se esforça para abordar a maneira adequada de formar os jovens em tal cultura, nos últimos anos muitas dioceses nos EUA diminuíram a idade de crisma do ensino médio para o ensino fundamental ou até mesmo mais cedo, como a arquidiocese de Seattle, para o oitavo ano; a arquidiocese de Boston para o nono ano; e a arquidiocese de Denver para o segundo ano antes que os jovens recebam a comunhão.

O crisma antes da primeira comunhão é chamado de “a ordem restaurada”, uma celebração dos sacramentos de iniciação como a Igreja teria originalmente estabelecido: batismo, crisma e então primeira comunhão. A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) permite a recepção do crisma para jovens entre sete e 17 anos.

Segundo um estudo feito pelo jornal católico americano St. Mary's Press e pelo Centro de Pesquisa Aplicada no Apostolado (CARA, na sigla em inglês), da Universidade de Georgetown, EUA, divulgado em 2018, a idade média dos que deixaram a Igreja era de 13 anos de idade. O estudo diz que muitos ex-católicos que dizem que saíram da Igreja, geralmente entre dez e 20 anos, disseram que tinham dúvidas sobre a fé quando crianças, mas nunca discutiram suas dúvidas ou perguntas com seus pais ou líderes da Igreja.

 

“Precisamos garantir que os jovens aprendam a rezar com o coração, tenham suas perguntas sobre a fé respondidas de maneira robusta e tenham muitas oportunidades de ouvir o Evangelho e responder a Deus entregando suas vidas a ele”, disse Glemkowski.

“Os jovens santos devem nos mostrar que a santidade e a missão heróica são possíveis para os jovens; não devemos subestimar do que as crianças são capazes”.

Lidando com uma cultura hostil

A diocese de Baton Rouge, Louisiana, diminuiu recentemente a idade de crisma para o oitavo ano, citando os desafios que os jovens enfrentam hoje.

“Nossos filhos estão vivenciando uma cultura que, às vezes, é hostil à nossa fé”, escreveu o bispo de Baton Rouge, dom Michael Duca, em carta publicada em 8 de dezembro.

“Por meio das mídias sociais de todas as formas, os jovens são confrontados, em uma idade surpreendentemente mais jovem, com desafios à sua fé e moral católicas”, disse dom Duca. “Dada essa nova realidade, acredito que é hora de diminuir a idade da confirmação para dar às nossas crianças a graça plena do Sacramento da Confirmação em uma idade mais precoce para enfrentar esses desafios.

O bispo anunciou que vai iniciar um plano de transição para diminuir gradualmente a idade do 10º ano (1º ano do ensino médio) para o 7º ano.

“Esse dom do Espírito é dado a todos nós de uma maneira especial no sacramento da confirmação, que nos inicia plenamente na Igreja e nos enche com esses dons e o entusiasmo para assumir a missão de Cristo de renovar o mundo”, escreveu dom Duca.

“Muitos católicos mais velhos lembram que a idade do crisma era menor quando fomos confirmados”, continuou o bispo. “Depois do concílio Vaticano II, em muitos lugares, a idade aumentou para o ensino médio, já que muitos líderes sentiram que o sacramento seria melhor compreendido em uma idade mais avançada. Essa prática funcionou bem, mas os tempos mudaram”. 

 

Fortalecendo a formação

A diocese de Salt Lake City também está desenvolvendo seu programa de catequese para jovens convertidos que são velhos demais para o batismo infantil, citando a necessidade de fortalecer a catequese dentro da diocese.

A diocese anunciou no mês passado que crianças acima de sete anos que se filiarem à Igreja não receberão os três sacramentos de iniciação na vigília pascal, depois da diocese suspender temporariamente a prática padrão.

Depois do batismo, as crianças que se juntam à Igreja na diocese devem frequentar uma aula de formação de fé em sua faixa etária, em vez de receber vários sacramentos de uma vez, segundo o anúncio da diocese. A pausa é temporária, pois a diocese está desenvolvendo seus planos de formação de fé.

A Igreja diz que crianças com mais de sete anos estão na “idade da razão” e são capazes de tomar algumas decisões de fé por si mesmas, então os jovens não batizados geralmente são matriculados na Ordem de Iniciação Cristã para Adultos (OCIA) adaptada para crianças, um programa de preparação de um ano para se tornarem católicos.

A Igreja  exige  amplamente que, para a iniciação sacramental depois da idade da razão, os destinatários devem receber os três sacramentos da iniciação ao mesmo tempo, exceto em caso de motivo grave.

No entanto, a diocese de Salt Lake City cita “muitos desafios e nossa capacidade limitada de superá-los em uma diocese missionária” como o motivo da pausa temporária do OCIA para crianças. 

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Por meio da pausa, a diocese espera garantir que a catequese seja adequada e que as crianças entendam os sacramentos dos quais participam; a diocese também busca desenvolver seus programas para permitir que crianças não batizadas se assimilem totalmente à fé, segundo o anúncio.

Essa pausa vai terminar depois da diocese desenvolver um “plano abrangente de formação da fé”, segundo Lorena Needham, diretora do Escritório de Culto da diocese.

Needham disse que a OCIA geralmente traz muitos desafios entre as dioceses.

“Ainda existe uma mentalidade de ano letivo em sala de aula na qual tanto o catecúmeno quanto os diretores tentam trabalhar dentro de um cronograma de um ano ou menos, em vez de permitir que cada pessoa possa discernir sua jornada (junto com o discernimento do catequista de iniciação)”, disse Needham à CNA.

Tanto os pais quanto a criança devem consentir em se juntar à Igreja — mas as crianças “não podem dar [consentimento] adequadamente se não souberem e não entenderem o que são os sacramentos da iniciação”, disse ela em anúncio diocesano no jornal católico Intermountain Catholic.

“Há pouco treinamento nos seminários sobre o OCIA — muitas vezes é só uma aula opcional”, disse ela, ao acrescentar que outros grupos como LTP,  TeamInitiation e a  Association for Catechumenal Ministry  (Associação para o Ministério Catecumenal) dão treinamento contínuo.

Para resolver essa situação, a diocese de Salt Lake City espera dar maior ênfase ao treinamento para a iniciação cristã.

“Alguns bispos levaram a iniciação cristã a sério e fizeram dela um foco para o desenvolvimento profissional de seus padres e central para seus planos pastorais”, disse Needham. 

A maior mudança sob a pausa temporária determina que os jovens batizados depois dos sete anos de idade receberão os sacramentos um de cada vez, em vez de todos de uma vez. Isso implicará frequentar aulas de primeira comunhão e crisma dentro de suas faixas etárias.

Sob a pausa, os requisitos para obter o batismo para jovens com mais de sete anos não foram alterados. As atuais diretrizes pastorais da diocese exigem uma entrevista com os pais pelo menos 60 dias antes do batismo e o discernimento da prontidão dos pais para ajudar a criança a viver uma vida cristã. Os pais também devem ser registrados na paróquia ou morar dentro de seus limites, e a paróquia deve dar preparação batismal para a criança, pais e padrinhos.

“A esperança para nossos jovens, nossas famílias e, de fato, para todos nós nessa diocese, é que tenhamos as melhores oportunidades possíveis para aprender e viver nossa fé, independentemente de quando o Espírito Santo nos move ou aos nossos pais para dar o próximo passo de fé”, disse Needham no anúncio.

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