27 de dezembro de 2024 Doar
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Grupo inspirado por são João Paulo II luta por alívio da dívida de países pobres no Jubileu 2025

O papa Francisco abre a porta santa da basílica de São Pedro, no Vaticano, em 24 de dezembro, antes da missa da véspera de Natal, dando início ao Ano Jubilar 2025. | Vatican Media

A Jubilee USA Network (Rede de Jubileu dos EUA) está fazendo parcerias com organizações internacionais de ajuda para alívio da dívida dos países mais pobres do mundo no Jubileu da Esperança 2025, dando continuidade à missão do papa são João Paulo no Grande Jubileu de 2000.

Representantes da Caritas Internationalis (Cáritas Internacional) e da Jubilee USA Network, uma liga de organizações de desenvolvimento e alívio de dívidas baseadas na fé, anunciaram a campanha de cinco anos, “Transforme a dívida em esperança”, em entrevista coletiva no Vaticano em 23 de dezembro, segundo a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês).

Eric LeCompte, diretor executivo da Jubilee USA Network, disse que sua organização está lançando o esforço "para terminar os negócios inacabados do Jubileu 2000, quando o papa são João Paulo II apelou à comunidade internacional por alívio de dívidas para os países pobres", segundo a Catholic News Service, a agência de notícias da USCCB.

O papa Francisco também fez um apelo semelhante em sua proclamação do Ano Jubilar 2025, ao pedir aos países mais ricos do mundo que “reconheçam a gravidade de muitas de suas decisões passadas e determinem perdoar as dívidas de países que nunca serão capazes de pagá-las”.

Na entrevista coletiva, LeCompte falou sobre os efeitos positivos da liderança e dos esforços de são João Paulo II para ajudar os países pobres, ao dizer que, nos últimos 25 anos, “ganhamos mais de US$ 130 bilhões (mais de R$ 805 bilhões) em alívio da dívida para os países mais pobres do mundo”.

“Só na África, isso significa que 54 milhões de crianças que nunca teriam tido a oportunidade de ir à escola puderam fazer isso”, disse LeCompte.

Victor Genina Cervantes, diretor de Desenvolvimento Humano Integral da Caritas Internationalis, disse que o programa plurianual funcionaria reunindo apoio público para sua defesa do alívio da dívida, que busca “reformar a arquitetura financeira global para priorizar as pessoas e o planeta”.

Também esteve presente na conferência o delegado especial da Ordem Soberana e Militar de Malta junto ao papa, cardeal Silvano Tomasi, diplomata aposentado da Santa Sé, que esteve envolvido nos primeiros trabalhos sobre acordos de alívio de dívida facilitados pela Igreja.

O cardeal Tomasi disse que quando os países pobres continuam a acumular dívida nacional, são os indivíduos e suas famílias que “pagam as consequências das condições injustas impostas ao financiamento”.

Tomasi e LeCompte disseram que seu programa não só vai tentar defender o cancelamento da dívida, mas também buscará estabelecer um processo internacional de falência universal, transparente e vinculante, voltado para o retorno dos países pobres à solvência financeira.

Além do impacto negativo que a dívida nacional tem sobre as pessoas dos países pobres, Cervantes disse que “a dívida externa também é dívida climática”.

“A comunidade global não pode atingir seus objetivos de conter as mudanças climáticas sem resolver a questão da dívida, ajudando os países mais pobres a investir na mitigação das mudanças climáticas e reduzir seus encargos quando eles precisam contar com financiamento internacional para se recuperar de desastres naturais causados ​​pelas mudanças climáticas”, disse o diretor da Caritas Internationalis.

A Caritas Internationalis tem uma página dedicada à campanha “Transforme a dívida em esperança”, que inclui uma petição que “apela aos credores públicos, privados e multilaterais e aos líderes políticos, para que ajam com coragem e compaixão”.

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