Dec 30, 2024 / 13:20 pm
O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, enviou um telegrama em nome do papa Francisco pela morte do ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter.
“Sua Santidade, o papa Francisco, recebeu com tristeza a notícia da morte do ex-presidente Jimmy Carter e oferece as suas mais profundas condolências”, diz a mensagem.
“Recordando o firme compromisso do presidente Carter, motivado por uma profunda fé cristã, na causa da reconciliação e da paz entre os povos, na defesa dos direitos humanos e no bem-estar dos pobres e necessitados, o Santo Padre confia-o à infinita misericórdia de Deus Todo-Poderoso e reza pelo consolo de todos os que choram sua perda”, concluiu a nota.
O arcebispo do ordinariado militar dos EUA, dom Timothy P. Broglio, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês), disse que “seu trabalho ao longo da vida em favor da paz entre as nações continuará a servir de inspiração para um mundo que precisa de pacificadores” e disse também rezar “pelo descanso de sua alma e pelo conforto de sua família”.
James Earl Carter Jr. nasceu em 1924 em Plains, Geórgia, EUA e morreu ontem (29) na mesma cidade. Ele foi o 39° presidente dos EUA, pelo Partido Democrata, de 1977 a 1981 e recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2002.
Ele pertencia à igreja batista, da qual se distanciou a partir de 2000, quando a Convenção Batista do Sul se opôs à possibilidade de mulheres serem pastoras.
Sobre o aborto, Carter disse: “Nunca acreditei que Jesus Cristo aprovaria o aborto”. No entanto, ele apoiou a prática em casos de estupro, incesto ou risco à vida da mãe.
Segundo o site OnTheIssues.org , no terceiro debate presidencial contra o então presidente dos EUA e candidato republicano Gerald Ford na campanha de 1976, Carter disse:
“Acho que o aborto é errado. Não creio que o governo deva fazer algo para encorajar o aborto, mas não sou a favor de uma alteração constitucional sobre a questão. Mas, na ausência de uma alteração constitucional, e dentro dos limites de uma decisão da Suprema Corte, farei tudo o que estiver ao meu alcance para minimizar a necessidade de abortos com melhor educação sexual, planejamento familiar e melhores procedimentos de adoção. Pessoalmente, não acredito que o governo federal deva financiar o aborto, mas não apoio uma emenda constitucional. Respeito o direito das pessoas de pedir uma emenda constitucional sobre o aborto, mas não trabalharei ativamente para que ela seja aprovada”.
Como presidente dos EUA, Carter teve que enfrentar a implementação da decisão judicial Roe x Wade, da Suprema Corte dos EUA, em 1973, que defendia que a Constituição dos EUA protegia a liberdade da mulher de fazer aborto sem restrições governamentais excessivas. A decisão judicial foi revogada pela Suprema Corte do país em junho de 2022.
Em seu livro Our Values in Peril (Nossos Valores em Perigo), publicado em 2006, Carter disse estar "convencido de que todo aborto é uma tragédia não planejada, causada por uma combinação de erros humanos”.
Esse tem sido um dos problemas morais e políticos mais difíceis que tive que enfrentar. Como presidente, aceitei a minha obrigação de fazer cumprir o caso Roe x Wade e, ao mesmo tempo, tentei por todos os meios possíveis reduzir ao mínimo o número de abortos”, disse Carter no livro.
Carter também apoiou equiparar a instituição natural do casamento a uniões homossexuais.
Segundo o site The Huffington Post , os familiares de Carter disseram que o ex-presidente cumpriu o seu desejo de votar na vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, nas últimas eleições presidenciais. Harris defende o aborto sem limites até o nascimento.
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