Mar 17, 2025 / 14:44 pm
O verdadeiro descanso "não é inatividade, mas liberdade" e as pessoas deviam experimentá-lo porque "significa treinamento para a vida eterna", disse o pregador da Casa Pontifícia, padre Roberto Pasolini.
"O verdadeiro descanso é aprender a viver sem medo e confiar que Deus já está trabalhando em nós", disse o padre Pasolini na penúltima meditação do retiro da Quaresma para o papa e os cardeais da Cúria Romana que está fazendo na Aula Paulo VI, no Vaticano.
O papa Francisco acompanhou remotamente o retiro ao longo da última semana do quarto do décimo andar do Hospital Agostino Policlínico Gemelli, em Roma, onde está internado há um mês, segundo a Sala de Imprensa a Santa Sé.
Nessa nona meditação, o padre Pasolini abordou o tema do descanso a partir de uma perspectiva teológica e existencial, enfatizando que não significa inutilidade, "mas a capacidade de abraçar o tempo com confiança e sem a ansiedade de ter que fazer uma atividade frenética e estéril".
Para as suas reflexões, o padre partiu de uma das orações mais conhecidas da tradição cristã, o Requiem, da missa dos mortos: "Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno e resplandeça para eles a luz perpétua. Que eles descansem em paz. Amém".
Segundo Pasolini, essa frase, que poderia sugerir uma eternidade baseada na inatividade, tem um significado mais profundo.

"Na visão bíblica, o descanso não é passividade, mas plenitude", disse o pregador da Casa Pontifícia.
Pasolini disse que também Cristo "experimentou o descanso depois de ter sido retirado da cruz”.
“Cristo descansa, mas age misteriosamente, libertando os prisioneiros do inferno”, disse o padre. “Isso nos ensina que descansar não significa ser inútil, mas saber abraçar o tempo com confiança, sem buscar uma atividade frenética e estéril".
O pregador da Casa Pontifícia criticou a sociedade moderna, que leva as pessoas a "estar sempre ativos e conectados, deixando-nos sem espaços reais de descanso".
Obcecado com o resultado
"Enquanto vivermos obcecados com o resultado, nunca encontraremos descanso”, disse Pasolini. “Só os que aceitam seu limite com serenidade podem finalmente descansar em paz".
Assim, o pregador da Casa Pontifícia pediu uma mudança de perspectiva:
"O verdadeiro descanso não é inatividade, mas liberdade. Viver bem o descanso significa treinar para a vida eterna, aprender a viver sem medo e confiar que Deus já está trabalhando em nós".
Por outro lado, na décima e última meditação, enquadrada nos exercícios espirituais da Quaresma, ele se concentrou na questão fundamental do sentido da vida diante da morte.
"Tudo o que parece desaparecer na verdade tem um destino maior: Deus nos criou para a ressurreição, e isso não é um sonho utópico, mas a lógica natural de uma existência chamada à plenitude", disse o pregador da Casa Pontifícia.
Assim, o padre insistiu que os mistérios da Cruz e da Ressurreição revelam uma verdade fundamental: "O que aos olhos do mundo parece uma derrota – a morte de Cristo – é na realidade a manifestação do amor de um Pai que não abandona os seus filhos. Assim, nossa vida não é dada ao acaso, mas faz parte de um plano de adoção e redenção".
Pasolini comparou a existência do homem à de uma semente que, quando morre, dá origem a uma nova vida.
"Da mesma forma, quando ultrapassamos o limite da morte, estamos destinados a uma vida nova e gloriosa", disse o padre, ressaltando que essa transformação não é só futura, mas já está ocorrendo no presente.
A Eucaristia e a certeza de um futuro cheio de esperança
Para concluir, o pregador da Casa Pontifícia utilizou a imagem da Eucaristia como antecipação do misterioso intercâmbio entre Deus e o homem.
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"Oferecemos nossas vidas a Deus e recebemos em troca o próprio Cristo, que nos transforma em seu amor", disse o padre.
Nesse sentido, Pasolini convidou os fiéis a olhar para a vida com esperança: "Não sabemos o que seremos, mas não estamos destinados ao nada. Em vez disso, para um futuro cheio de esperança”.
Por fim, ele retomou a ideia de plena confiança em Deus e concluiu dizendo que a vida "não é um filme sem sentido, mas uma obra escrita e dirigida por um diretor extraordinário, que nos convida a fixar o olhar na eternidade e a caminhar em direção a Ele com confiança".
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