Cardeal Parolin nega ter falado com o papa sobre sua renúncia

Cardeal Pietro Parolin. Cardeal Pietro Parolin. | Crédito: Daniel Ibáñez (ACI)

O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, negou que nas três visitas que fez ao papa Francisco no hospital tenham falado sobre a possibilidade de uma renúncia ao pontificado.

"Não, não, de jeito nenhum", disse o cardeal respondendo a jornalistas depois do evento "Iftar - Mesa do Ramadã", que ocorreu ontem (17) no hotel St. Regis, em Roma.

O papa está internado no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro. Parolin falou sobre a saúde do papa, de 88 anos, e sua capacidade de administrar a Igreja.

“Acho que devemos nos ater aos boletins médicos, porque são eles que nos dizem exatamente qual é a condição do papa", disse o secretário de Estado da Santa Sé.

O cardeal disse que na última visita ao papa Francisco no Hospital Gemelli, em 9 de março, o encontrou em melhores condições.

"Eu o vi há uma semana, não tive a chance de vê-lo novamente", disse. “Achei-o melhor do que da primeira vez”.

Sobre a governança da Igreja e o papel do papa na tomada de decisões, o cardeal Parolin disse que, embora nas conversas que tiveram no hospital não tenham sido capazes de discutir questões em profundidade devido ao delicado estado de saúde de Francisco, foram apresentadas a ele algumas situações que requerem uma solução.

"O papa dá suas indicações", enfatizou o secretário de Estado da Santa Sé.

Preocupação com o rearmamento na Europa

O cardeal Parolin também falou sobre a situação na Ucrânia e disse ter esperança de que o processo de diálogo possa avançar sem obstáculos.

"Por parte da Rússia, foram estabelecidas condições, especialmente no que diz respeito à verificação do respeito ao cessar-fogo. Esperamos que eles não coloquem pré-condições que impeçam o início de um diálogo", disse o secretário de Estado da Santa Sé.

Mesmo assim, dom Parolin destacou um avanço: "Esse processo de diálogo deve começar, dado que do lado ucraniano finalmente há uma vontade, que também há uma vontade do outro lado para esse cessar-fogo de 30 dias e depois iniciar negociações para uma paz justa e duradoura".

O cardeal Parolin também disse estar preocupado com o plano de rearmamento europeu e suas possíveis consequências.

"Quando você se rearma, mais cedo ou mais tarde você tem que usar armas, certo?", disse o cardeal.

Dom Parolin disse também que a Santa Sé sempre defendeu o desarmamento.

"Essa sempre foi a política da Santa Sé: insistir em nível internacional pelo desarmamento controlado e geral. Então não se pode ficar feliz com a direção que as coisas estão tomando", disse o secretário de Estado da Santa Sé.

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