LA PAZ, Jul 27, 2004 / 11:15 am
Com a recente aprovação de uma lei que promove o “direito à confidenciabilidade”, pelo qual os jovens podem esconder de seus pais a sua vida sexual, a Igreja no país rejeitou a medida e advertiu que “traria graves conseqüências”, entre elas a homossexualidade, o aborto e a AIDS.
Embora tenha sido aprovada pela Câmara de Deputados e a de Senadores, a lei ficou “estancada” após uma carta enviada pela Conferência Episcopal da Bolívia (CEB) ao Presidente Carlos Mesa, que a devolveu ao Parlamento para que seja novamente revisada.
O Diretor do Instituto de Bioética da Igreja Católica, Padre Miguel Manzanera, explicou que a medida “provocaria a emancipação precoce dos filhos, os maiores de 12 anos teriam direito não só a manter relações sexuais, como também a impor o segredo para que seus pais não saibam, inclusive se os filhos chegam a ter AIDS, se as meninas engravidam ou tenham um aborto”.
“Com este artigo, uma criança de 12 anos já pode ter relações sexuais e não tem por que contar a ninguém. Uma menina de 12 anos que tenha engravidado, pode perfeitamente consultar um médico e praticar um aborto sem que seus pais saibam”, afirmou o sacerdote e acrescentou que esta lei fomentariam inclusive a prostituição infantil pois “foi elaborada com uma ideologia do sexo”.
Diversas organizações como a Associação de Evangélicos da Bolívia manifestaram sua rejeição a lei, pois “fomenta a homossexualidade, o aborto e incentiva os jovens a ter relações precoces”.
Por sua vez, a diretora da Vara Jurídica para a Mulher, Julieta Montaño, defendeu a lei pois, segundo ela, “poderíamos fazer com que muitos jovens se consultem com profissionais com muito mais confiança sobre temas dos quais têm medo de falar com seus pais”.
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