26 de novembro de 2024 Doar
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Educar é apresentar a Cristo como "chave" da realização dos jovens, diz Fundador do MVC

O Fundador do Movimento de Vida Cristã, o peruano Luis Fernando Figari, assinalou nesta quinta-feira em Roma que a educação cristã consiste em apresentar aos jovens de hoje o Senhor Jesus como a chave definitiva para "compreender o sentido da vida" "chegar à realização pessoal".

O também Fundador da Família Sodálite, foi encarregado de uma intervenção durante o Segundo Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades que se realiza em Rocca di Papa, nos entornos de Roma,  sob o tema da beleza de ser cristão e a alegria de comunicá-lo".

Ao abordar o tema da beleza e a alegria de ser cristão na educação dos jovens do mundo contemporâneo" ante os delegados de 80 movimentos e novas comunidades  e de cardeais e bispos integrantes do Pontifício Conselho para os Leigos, Figari destacou que a educação dos jovens na fé deve apresentar-se "como resposta a suas necessidades mais profundas, a suas preocupações diárias, a seus dilemas existenciais e a seus horizontes", desde a luz da verdade, a bondade e a beleza que Jesus desperta em todos os que aprendem a responder seu chamado e se abrem ao dinamismo de seu amor e reconciliação".

O Fundador peruano lembrou que as dificuldades interiores e exteriores que o mundo relativista atual apresenta ao cristão  "devem ser levadas em conta para que ao falar de educação na fé da juventude a pessoa não fique somente em idéias e bons propósitos"; e lembrou que nos ensinamentos do Papa Bento XVI a educação na fé dos jovens supõe "lhes apresentar o Senhor Jesus como quem ilumina sua realidade pessoal, suas perguntas mais inquietantes, seu horizonte, seu desdobramento como a chave definitiva para compreender o sentido da vida, o caminho para chegar à realização pessoal, e a sua plenitude no encontro definitivo com Deus".

"Nos aproximando do tema da perspectiva da fé da Igreja e do homem completo –destacou–, vemos que será necessário conhecer o mistério da salvação e seus alcances na pessoa do ser humano (fé na mente); será necessário adorar a Deus, aderir-se vitalmente e deixar-se configurar com Senhor Jesus (fé no coração); viver a vida cristã, dar testemunho da esperança e ajudar a transformação da sociedade e da cultura segundo o Plano divino (fé na ação)".

Com respeito a "fé na mente", Luis Fernando lembrou que  corresponde ao espírito do sujeito que é capaz de conhecer "cobrir "o aspecto intelectual, mas não em um sentido frio, a não ser vital", que vai à "dimensão existencial do ser humano, o que resulta especialmente atrativo para o jovem".

"O aspecto categorial da fé não é evitável. Mais ainda, a verdade é a alma da beleza", adicionou Figari. "Uma fé mau conhecida será uma fé mau vivida", disse também, ao destacar o efeito negativo do abandono da formação religiosa ou sua substituição "por procedimentos subjetivistas, em muitos casos com um grande traço emotivo e sentimental, como se a fé fosse um assunto sem importância sobre o qual cada um pode opinar o que lhe parece ou o que seu capricho lhe dita".

Falando logo depois da "fé no coração" o Fundador peruano assinalou que esta "corresponde ao campo dos sentimentos e da vontade". "Não basta a captação cognitiva da verdade –disse-, é necessária sua assimilação vital. Deve chegar ao profundo da pessoa jovem".

"A adesão a Jesus –adicionou–, e seu seguimento ardoroso pelo caminho da fé, são dimensões fundamentais de um encontro vital e de uma abertura tão efetiva como solidamente afetiva Àquele que é a resposta plena à fome de infinito, de bondade, de beleza, de verdade do ser humano".

Sobre a "fé na ação" assinalou que esta é "a projeção, mediante a expressão na vida cotidiana e do testemunho, da fé na mente e no coração".

"A fé em ação, no aspecto educativo, não consiste só em promover o atuar, mas também fundamentalmente na criação de hábitos de reta ação e seu ulterior emprego no obrar em resposta ao Plano de Deus para a realização do ser humano em si e em relação com outros".

Neste campo, assinalou, "é fundamental referir-se à liturgia, posto que esta, bem conduzida e entendida, produz um impacto altamente positivo nas áreas cognitiva e afetiva, ao tempo que é sustento e expressão da vida cristã, que dela nasce e a ela conduz".

"Igualmente –adicionou–, é necessário recordar o sentido funcional diacónico que tem o cristão. A vida é serviço".

Finalmente, Figari concluiu sua exposição destacando que "a educação é só um dos fatores e certamente não o principal, por isso o respeito real e efetivo à liberdade deve ser uma de suas características, assim como a não imposição de uma maneira de ser ou fazer, mas sim comunicar o entusiasmo pela adesão ao Senhor Jesus e o que esta significa na realização integral da pessoa, que inclui a dimensão comunitária".

Ante o Papa

O Congresso internacional de Rocca di Papa antecede ao esperado encontro multitudinario que os movimentos eclesiais terão na Véspera de Pentecostes com o Papa Bento XVI na Praça São Pedro, ocasião em que Luis Fernando Figari dirigirá uma mensagem ao Pontífice no momento de conclusão.

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