28 de novembro de 2024 Doar
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Especialistas: Liberdade religiosa ameaçada por legalização de "matrimônio" homossexual

Um artigo do jornalista Richard Ostling da Associated Press sustenta que um dos problemas que surgiriam ao legalizar os "matrimônios" homossexuais nos Estados Unidos é a supressão da liberdade religiosa.

Ostling cita a Marc D. Stern, conselheiro geral do American Jewish Congress, para quem esta legalização é inevitável. Em sua opinião causará importantes problemas para as agências religiosas a menos que se realizem campanhas para proteger seu direito a discordar. Põe como exemplo o fechamento das instituições de caridade católicas que facilitavam a adoção de crianças em Boston, capital de Massachusetts, onde as uniões homossexuais já são legais e estes casais podem adotar crianças.

"Alguns defensores dos direitos gay concordam que os conflitos serão inevitáveis, mas consideram que o interesse público para pôr fim à ‘discriminação’ deve ficar acima da liberdade religiosa. Uns destes é Chai Feldblum, do Centro Legal da Universidade de Georgetown, quem considera que ‘estamos em um jogo que não leva a nada em termos de valores morais’ e que o Governo deve escolher entre os ‘direitos’ homossexuais e a liberdade religiosa", explica Ostling.

"Para alguns especialistas no tema –prossegue– o fundamento legal para a liberdade religiosa se debilitou com a sentença de 1990 da Corte Suprema no caso da Divisão de Trabalho vs Smith, no qual se estabeleceu que o Governo devia demonstrar um ‘interesse imperioso’ antes de restringir a liberdade religiosa". "Para Charles Haynes, especialista de religião do Foro de Liberdade do Centro para a Primeira Emenda, ‘precisamos proteger a liberdade religiosa o máximo possível, porque é um princípio fundamental que desde os inícios de nossa história tem feito que este experimento americano sobre a liberdade funcione’", acrescenta.

Na opinião de Robin Fretwell Wilson, catedrático da Universidade de Maryland, o que aconteceu com "a legalização do aborto pode dar uma idéia do que poderia passar se se legalizam as uniões homossexuais". Uma vez que as mulheres obtiveram o direito de assassinar seus filhos no ventre, "algumas ativistas iniciavam processos para obrigar hospitais religiosos a proporcionar um ‘atendimento’ que consideram imoral". Wilson prevê o mesmo para os grupos religiosos que rejeitam o "matrimônio" homossexual, a menos que obtenham claras exceções legais.

Continuando, o autor cita a Jonathan Turley da Escola de Leis da Universidade George Washington, quem está "a favor da legalização das uniões homossexuais; mas diz estar preocupado porque o Governo poderia, logo depois da equiparação, ameaçar os credos que se opõem a ela com a perda de exonerações tributárias".

Desde publicação American University Law Review, o advogado de Washington, Russell Upton, "indica que os escoteiros perderiam suas isenções tributárias porque o Governo não ‘subsidiaria a discriminação’; já que estes não permitem líderes homossexuais".

Feldblum considera que "sem dúvida" erradicar o "prejuízo" é uma "meta necessária" para o Governo. "Isso impedirá que fundações religiosas excluam os casais gays", adiciona.

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