VATICANO, Jun 16, 2006 / 14:34 pm
Durante a Missa que celebrou nesta noite em Roma por ocasião da Festa de Corpus Christi, o Papa Bento XVI assinalou entre os milhares de fiéis reunidos na Praça de São João de Latrão que a instituição da Eucaristia pelo Senhor Jesus é o acontecimento central do mundo e de cada pessoa.
Em uma profunda homilia, carregada de ricos conceitos teológicos e símbolos, o Pontífice recordou que a historia de Deus com os homens está recolhida nas palavras com as quais Jesus instituiu a Eucaristia no Cenáculo.
O gesto de Jesus “é o acontecimento central da história do mundo e da história pessoal de cada um”. Através dos sinais do pão e do vinho “Deus se doa completamente ao homem”, disse o Santo Padre, para destacar que a Eucaristia é “o alimento dos pobres a quem o Senhor dirigiu em primeiro lugar sua proximidade”.
O Papa recordou também que o pão é o fruto da fadiga do homem, mas também “da intervenção do céu que envia a chuva”; e é por isso “também um dom que pressupõe uma sinergia entre o céu e a terra, um dom que se aprecia especialmente neste tempo no qual a desertificação ameaça extensos territórios no mundo”.
“O pequeno pão dos pobres é a síntese da criação”, disse o Pontífice, já que “toda a criação aspira mais além de suas próprias forças”, pois “tende até a unificação com seu Criador”.
Bento XVI destacou entretanto, que o pão, “fruto de tantos grãos triturados, esconde também o mistério da paixão: somente através do morrer vem o ressurgir, e só o Deus que morre nos conduz a vida”.
O pão eucarístico, explicou ainda o Santo Padre, é também símbolo de unidade: “o pão é o fruto da união de muitos grãos. Também os cristãos, dos muitos que somos devemos nos converter em um só corpo”.
Por outro lado, o vinho, seguiu el Pontífice, expressa a excelência da criação, a alegria que Deus quer nos oferecer ao final dos tempos. Mas “ao mesmo tempo, o vinho também nos fala da Paixão: somente quando se poda a videira, dá muito fruto”.
Ao concluir sua homilia, o Papa Bento XVI dirigiu uma oração para que Deus seja quem guie o homem e a a história do mundo “reunindo a Igreja e a humanidade lacerada”.
Finalmente, pouco antes de iniciar a procissão eucarística a ao longo da Via Merulana, que congregou a milhares de fiéis, o Sumo Pontífice se referiu ao simbolismo da procissão explicando que o seguir a Cristo feito Eucaristia, “compromete a comunidade cristã a fazer-se, ela mesma, dom e serviço, a converter-se em testemunho vivo”.
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