Firmeza em formulação da fé não é prática ditatorial, afirma Arcebispo argentino

BUENOS AIRES, Jun 27, 2006 / 16:52 pm

O Arcebispo de Corrientes, Dom Domingo Castagna, assinalou que alguns atribuem "à Igreja táticas anuladoras da liberdade" e a culpam por mostrar-se firme na formulação da fé que é "confundida injustamente com práticas ditatoriais".

O Prelado indicou que os católicos não podem deixar de expressar "o que nossas profundas convicções de fé exigem propor aos homens e recordá-lo, a quem diz compartilhar a fé católica".

"O que esperam da Igreja? Que dissimule sua verdade porque incomoda o relativismo moral que luta para se impor?", questionou e precisou que "a Verdade é uma. Não admite ser distorcida, com ânimo de mal modernizá-la, para interesses que lhe são contrários".

Dom Castagna denunciou que "o clima agressivo gerado contra os valores mais sagrados inspira, às vezes, respostas apressadas e desalento. Dá a impressão de que o mal, a corrupção e a ignorância, prevalecem sobre o bem e a sabedoria"; entretanto "é uma vitória ocasional e frágil. Finalmente se imporá a sabedoria do povo que, assistido por sua fé religiosa, saberá dar as costas ao que pretende opor-se a suas mais profundas convicções e crenças".

Depois de reconhecer que a linguagem evangelizadora às vezes é muito distorcida por quem poderia acolher a mensagem de Cristo no mundo "por malícia ou por estupidez, nos caprichosos comentários e na errônea interpretação de suas autênticas conclusões doutrinais", o Arcebispo de Corrientes destacou a necessidade de aproximá-lo dos "bem-aventurados pobres de espírito", para que possam discernir "onde está a verdade e onde está a mentira".

Deste modo assinalou que a evangelização, como a educação, proporciona às pessoas "os recursos necessários para não se deixarem fagocitar pelas ideologias da vez e, em conseqüência, obter uma liberdade saneada -que somente Cristo outorga- para escolher sem engano o que corresponde".

Finalmente, Dom Castagna destacou que "o zelo evangelizador da Igreja, como foi dos Apóstolos, anima uma marcha histórica para toda a Verdade", minoritária em seus autênticos membros, mas que constitui um "benéfico fermento cuja meta é orientar a enorme peregrinação de todos os homens à Casa do Pai".