RIO DE JANEIRO, Jul 19, 2006 / 14:32 pm
Uma líder feminista revelou que há alguns anos o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) teria se aliado às organizações que promovem o aborto no país e juntos teriam conseguido silenciar um proeminente defensor da vida.
Fátima Oliveira, secretária executiva da Rede Feminista de Saúde, fez esta revelação em um artigo publicado no website da filial brasileira do Ipas, uma transnacional dedicada a promover os "direitos reprodutivos".
No texto, que pode ser lido em português em http://www.ipas.org.br/arquivos/EL_2006.pdf, Oliveira afirma que assessorou a CONIC no ano de 2002 em um evento a favor das técnicas de reprodução assistida, tão questionadas pela Igreja Católica.
Como se sabe, a CONIC está integrada por representantes da Igreja Católica, Igreja Ortodoxa Síria do Brasil; Igreja Cristã Reformada; Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil; Igreja Metodista e Igreja Presbiteriana Unida.
A partir de sua experiência com a CONIC, que inclusive lhe permitiu publicar um livro de sua autoria, Oliveira assegura que esta entidade "conforma-se como um espaço democrático que consegue enfrentar a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) em muitos assuntos".
A feminista sustenta que por exemplo, em 2003, as feministas procuraram o apoio da CONIC para silenciar o Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, presidente da associação Pro-vida de Anápolis.
"A Rede Feminista de Saúde elaborou o documento "Contra o fundamentalismo religioso e pelo direito de viver em liberdade e em segurança" (Belo Horizonte, 19 de maio de 2003) e o enviou a várias autoridades, inclusive ao CONIC, que nos respondeu informando que a CNBB tomaria providências e que o padre Lodi estava proibido de falar em nome da Igreja Católica Apostólica Romana, a qual pertence", indica Oliveira.
Além disso, a feminista argumenta que nesse ano no dia 28 de setembro, data escolhida pelas feministas fundamentalistas para promover a legalização do aborto na América Latina, o sacerdote teria sido procurado por vários meios de circulação nacional para declarar, mas que este teria respondido que só falaria com autorização da CNBB.
Oliveira considera que a negativa do sacerdote evidencia que sua gestão com a CONIC deu resultado. "Por isso, penso que está na hora de estabelecermos uma aliança maior com o CONIC, que tem adotado uma postura mais serena e de contenção de muitos dos arroubos da Igreja Católica contra a luta feminista pelo direito de decidir", indicou.
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