VATICANO, Sep 20, 2006 / 07:26 am
A Santa Sé teria escrito ao controvertido Ex-arcebispo Emmanuel Milingo lhe pedindo que detenha sua participação no grupo "Sacerdotes casados já!" -criado por ele mesmo-, sob risco de enfrentar uma suspensão canônica.
Segundo a agência Associated Press, o Ex-arcebispo de Lusaka teria recebido uma carta do Prefeito da Congregação para os Bispos, solicitando que enviasse ao Papa uma carta de arrependimento antes de 15 de outubro ou do contrário enfrentará a "suspensão canônica".
"Seu comportamento, atividades e declarações públicas durante os meses passados são totalmente contrárias à obrigação de todo Bispo", teria escrito o Cardeal Giovanni Battista Ré na carta. "Em nome de Jesus Cristo, suplico-lhes refletir seriamente sobre seu comportamento e todas suas conseqüências".
Sua história
Depois de dedicar-se por anos à celebração de controvertidas cerimônias de "cura" e "exorcismo", Milingo decidiu abandonar a Igreja Católica ao contrair união, em 26 de maio de 2001, com uma mulher coreana sob os auspícios da Igreja da Unificação, seita liderada pelo questionado magnata coreano Sun Myung Moon.
Depois da exigência formal proposta a Milingo pela Santa Sé em julho desse ano para que se retratasse ou enfrentasse a excomunhão, o Papa João Paulo II o recebeu em Castel Gandolfo.
Então o Arcebispo emérito aceitou começar um período de retiro espiritual em vias a sua plena reconciliação com a Igreja, e escreveu uma breve mas eloqüente carta dirigida ao Santo Padre, expressando seu desejo de retornar ao seio da Igreja Católica.
Em setembro de 2002, Milingo publicou um livro autobiográfico intitulado "O peixe recuperado da lama", no qual admite que seu retorno se produziu "à beira do precipício" e denuncia ter sido vítima de um complô por parte de Moon.
Depois de seu retiro de um ano na Argentina, Milingo celebrou em novembro de 2002 sua primeira Missa pública em que realizou, com a presença de uns mil fiéis e uma centena de jornalistas congregados na abadia cisterciense de Casamari (Itália), uma nova profissão de fidelidade à Igreja e falou da importância de viver a obediência.
Entretanto, abandonou recentemente o centro de espiritualidade onde residia e apareceu em uma entrevista coletiva na imprensa em Washington D.C. em que falava de seu reencontro com Moon, e de ter retomado seu vínculo com a acupunturista sul-coreana com a que se "casou" e de ter decidido empreender uma campanha a favor da eliminação do celibato eclesiástico.
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