BOGOTÁ, Sep 20, 2006 / 10:52 am
Na segunda jornada do Congresso Internacional sobre Santo Ezequiel reformador dos Agostinianos Recoletos na Colômbia, o Bispo de Pasto, Dom Julio Enrique Prado, ressaltou que as controvérsias criadas ao redor da história deste santo exigem "entendê-lo no tempo e na cultura", reconhecendo-o como um verdadeiro modelo "que os fiéis devem ter em conta".
Durante a realização neste final de semana do Congresso Internacional nas cidades de Logroño, Alfaro e Monteagudo em Navarra, de onde é originário o santo, Dom Prado explicou que, as conferências do evento -ao que assistiram diversas personalidades políticas e culturais da região- sobressaem-se pela "profundidade e objetividade das dissertações para as circunstâncias históricas, políticas e culturais que rodearam a missão evangelizadora de Ezequiel Moreno na Colômbia e especialmente em Pasto".
Dom Prado explicou que as considerações sobre o pensamento político de Santo Ezequiel se afastaram do verdadeiro contexto do século XIX colombiano, e se esquece que o santo "ao questionar seriamente o liberalismo não se referia tanto ao atual partido político liberal, mas a essa ideologia contra a Igreja".
Na entrevista concedida do jornal La Rioja, o Prelado desta diocese nos limites com o Equador, ressalta que Santo Ezequiel deve ser visto como "um homem com uma clarividência sobrenatural, um homem admirável. Ele nos deu a grande lição de que se pode ser santo sem deixar de ser profeta e chamando as coisas por seu nome".
Santo Ezequiel: Defensor da Igreja na Colômbia
O Restaurador da Ordem dos Agostinianos Recoletos na Colômbia, nasceu na província espanhola de La Rioja, na Espanha. Inspirado pela missão dos Recoletos nas Filipinas, Ezequiel decide seguir os passos de seu irmão, consagrado esta congregação, e toma os hábitos em 21 de setembro de 1864, sob o nome de Frei Ezequiel da Virgem do Rosário.
Chega à Colômbia em 1888, época em que o partido liberal procurava permanecer no poder através da defesa das leis liberais -de modelo europeu- que, desde 1849 tinha gerado tensão no país devido a sua legislação contra a Igreja Católica, representada pela expulsão dos Jesuítas e pela perda de bens e direitos para as comunidades religiosas.
Santo Ezequiel, expressou o Prelado, caracterizou-se por sua aguerrida defesa da Igreja e de sua diocese em Pasto, e por "seu afã permanente de santidade, sua entrega, compromisso, senso agudo de responsabilidade, sua delicada consciência e o ser uma pessoa livre frente às autoridades políticas".
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