29 de novembro de 2024 Doar
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Não há maior irresponsabilidade que não ser Santos, sustenta Arcebispo peruano

O Arcebispo de Piura e Tumbes, Dom José Antonio Eguren, lembrou a seus paroquianos que "não há maior irresponsabilidade para os tempos em que vivemos que não aspirar responsavelmente" à santidade.

Em sua primeira carta pastoral como Arcebispo local, Dom Eguren refletiu sobre as implicâncias do mês de outubro, marcado no Peru por profundas devoções cristãs. Enquanto em Lima e todo o Peru se celebra o Senhor dos Milagres, em sua jurisdição milhares peregrinam ao santuário do Senhor Cativo de Ayabaca.

O Arcebispo precisou que a devoção sincera a estas invocações cristológicas "deve nos impulsionar a uma intensa vivência da santidade, exigência de nosso batismo e portanto vocação de todo cristão sem exceção, em sua particular vocação e estado de vida".

"Por isso outubro -acrescentou- é tempo propício para ‘propor de novo a todos com convicção este alto grau da vida cristã ordinária’ , que é a santidade, conscientes de que não só não há maior tristeza que a de não ser santos, mas também não há maior irresponsabilidade para os tempos em que vivemos que não aspirar responsavelmente a ela".

Segundo o Arcebispo, outubro é "um mês cheio de religiosidade e de ardor católico para nosso povo". "Surgem em nós de maneira espontânea algumas perguntas: por que milhares de nossos irmãos peregrinam todo ano em Outubro desde nossas diversas cidades e casarios, durante vários dias em atitude de penitência e mortificação para visitar senhor Cativo? por que este desejo de ir a seu encontro? por que outros tantos quererão encontrar-se com Cristo através da Sagrada Imagem do Senhor dos Milagres e o acompanharão por longos momentos na procissão?", questionou.

"A razão é porque o Senhor Jesus é a resposta definitiva à pergunta sobre o sentido da vida e aos questionamentos fundamentais que inquietam tantos homens e mulheres de nosso tempo . Ele e só Ele, é o caminho a seguir para chegar à plena realização pessoal, que culmina no encontro definitivo e eterno com Deus", recordou.

Dom Eguren precisou que "a importância deste ensino é decisivo, já que a felicidade que procuramos, a felicidade que temos direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré. Só Ele dá plenitude de vida à humanidade".

Ir em busca de Cristo, explicou, exige santidade, conversão, apostolado e caridade.

"As devoções ao Senhor Cativo e ao Senhor dos Milagres têm como sua cor característica a cor roxa, cor que expressa a necessidade da conversão", assinalou e destacou que esta "além de ser uma mudança de mentalidade ou pensar para atuar com os critérios evangélicos, é uma mudança que se dirige à pessoa inteira, quer dizer a sua mente, coração e ação".

Do mesmo modo, assinalou que a conversão necessita o auxílio da graça e esta se obtém através dos sacramentos. "Desde aí a importância da participação ativa e consciente na celebração da Santa Missa, de maneira especial no Dia do Senhor, o Domingo, celebração semanal da Páscoa, assim como o recurso freqüente ao sacramento da Confissão também chamado da Reconciliação".

Também sugeriu as Visitas ao Santíssimo Sacramento, "a oração pessoal e comunitária; a meditação da Sagrada Escritura, lida sempre em sintonia com a Tradição da Igreja; e a oração diária do Santo Rosário, entre outros meios espirituais. Não se pode esquecer que outubro é também o mês do Rosário, e portanto tempo privilegiado para recuperar e promover esta maravilhosa oração na família e em nossas comunidades", adicionou.

Dom Eguren também animou a entender o apostolado como um "ir ao encontro da pessoa do irmão, em sua realidade concreta, respeitando sempre sua liberdade, para compartilhar com ele a maior riqueza que possuímos: a fé, anunciando-lhe o Senhor Jesus, Reconciliador da humanidade, como o único capaz de satisfazer sua sede de felicidade e plenitude".

Este apostolado, acrescentou, pode-se desenvolver na família, a juventude, a educação, a cultura, o mundo do trabalho, a defesa da vida, os meios de comunicação social e a religiosidade popular, "que é a expressão digna e tradicional do catolicismo de nosso povo, e que embora seja certo deve ser purificada em algumas manifestações que contradizem o sentido principal da festa que é a de honrar a Deus e viver com coerência o compromisso cristão, por sua capacidade de congregar multidões é ocasião privilegiada para que a mensagem do Evangelho chegue ao coração das multidões".

Finalmente, explicou que "a busca e o encontro com Jesus, deve nos impulsionar a uma vivência intensa da caridade, ao desejo de nos comprometer fraterna e solidariamente com toda pessoa humana".

"Hoje é preciso dizer com clareza, para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que também poderia ser deixada para os outros, mas sim pertence a sua natureza e é manifestação irrenunciável de sua própria essência", assinalou.

Dom Eguren manifestou que "é bom recordar que só surgirá uma Piura e um Tumbes novos, só surgirá o Peru novo que todos desejamos, se houver piuranos e tumbesinos novos, com o sincero e exigente esforço de ser melhores cristãos, em todo semelhantes a Cristo, o Homem novo e perfeito".

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