30 de novembro de 2024 Doar
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Especialista adverte que não existe "direito ao filho"

Um reconhecido médico peruano, que publicou um livro sobre os problemas éticos e morais da fecundação assistida, assegurou que "apesar de que muitos pais pensam que têm direito a ter um filho a todo custo, moralmente esse direito é inexistente".

O oncologista e catedrático de medicina da Universidade de Miami, Luis Ráez, apresentou em Lima o livro "Riscos e problemas da fecundação in vitro: Da clonagem até a destruição de embriões humanos".

Em uma entrevista concedida ao jornal El Comércio, Ráez indicou que com a falsa premissa de que o fim justifica os meios, "muitos pais afirmam que como desejam ter um filho, já não importa se for do vizinho, de uma doadora ou de uma barriga de aluguel".

"Com a FIV quebra-se a lei natural: já não há regras porque manipula-se o processo a seu gosto e elimina as relações naturais de maternidade e de paternidade, de pais e filhos, porque o princípio que se antepõe é o de vale tudo. A criança, em troca, sim tem direito a um pai e a uma mãe", anotou.

O especialista em bioética também afirmou que "o processo da Fecundação in vitro está muito longe de ser tecnicamente perfeito, já que acarreta a morte de muitos embriões durante o processo de implantação no útero da mulher". "Como a gente não os vê, possivelmente por essa razão não lhe traz nenhum problema; mas os embriões são seres humanos. O que acontece se implantarem dois ou três embriões ao mesmo tempo? A mulher terá um parto de alto risco, mas se quiser ter só tum, então terá que matar os que sobram", acrescentou.

Do mesmo modo, indicou que com este processo a dignidade humana se vê dramaticamente atacada, já que se recorre a uma visão utilitária da vida humana, onde já não existem os limite e os critérios arbitrários e relativos ficam acima de tudo.

Ao referir-se ao papel da legislação no tema, Ráez indicou que as leis devem proteger e garantir a segurança do ser humano, não aprovando politicamente o que convém a um determinado grupo. Acrescentou que "o avanço da ciência tem que estar a serviço do homem porque o problema vem quando os cientistas começam a brincar de ser Deus, matam embriões e fazem relativa a vida do ser humano de acordo com seus interesses econômicos".

Finalmente, o autor de diversos livros sobre eutanásia, células-tronco embrionárias, aborto e AIDS, indicou que embora um milhão de pessoas no mundo já tenham nascido com as técnicas de fecundação assistida, muitas pessoas continuam desconhecendo suas terríveis implicâncias éticas, tais como a eugenia na seleção da raça ou o sexo do embrião.

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