27 de novembro de 2024 Doar
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Bento XVI: Em sociedade de superabundância e subjetivismo há crise de significado

Ao receber hoje o novo Embaixador da Bélgica na Santa Sé, o Papa Bento XVI indicou que nas sociedades ocidentais caracterizadas pelo relativismo, a superabundância de bens de consumo e o subjetivismo, “o ser humano enfrenta uma crise de significado”, enquanto “surgem  legislações que questionam o respeito da vida humana”.

Referindo-se aos desafios que “concernem ao futuro do ser humano e a sua identidade”, o Santo Padre afirmou que “os progressos imensos da técnica revolucionaram muitas práticas no âmbito da ciência médica, enquanto que a liberalização de costumes relativisou normas que pareciam intangíveis".

“Nas sociedades ocidentais caracterizadas pela superabundância de bens de consumo e pelo subjetivismo, o ser humano enfrenta uma crise de significado”, enquanto  “surgem legislações que questionam o respeito da vida humana”, precisou ao embaixador Frank De Coninck.

Após ressaltar que a Igreja  recorda com firmeza “sua convicção a propósito do ser humano e de seu destino prodigioso”, o Pontífice indicou que “quando os bispos da Bélgica falam a favor do desenvolvimento dos cuidados paliativos, a fim de permitir que morram com dignidade os que assim desejarem, ou quando intervêm nos debates da sociedade, para recordar que existe ‘uma fronteira moral invisível diante da qual o progresso técnico deve se inclinar: a dignidade do homem’, pensam em servir a toda a sociedade indicando as condições de um futuro verdadeiro de liberdade e de dignidade para o homem”. Assim, o Papa convidou, junto com o Episcopado belga, aos legisladores a “que considerem atentamente sua responsabilidade e os desafios destas questões".

Europa e as “grandes obras do planeta”

Em outro momento de sua alocução, Bento XVI se referiu ao papel da Europa na situação mundial atual, recordando primeiro que Bélgica foi parte ativa desde o princípio do “grande projeto de construção européia” e elogiando os avanços alcançados nesse âmbito nos últimos 50 anos.

“O continente europeu encontra pouco a pouco sua unidade na paz, e na União Européia passou a ser uma força econômica de primeira ordem, assim como um sinal de  esperança para muitos”, apontou.

O Santo Padre disse também que diante das “exigências da globalização dos intercâmbios e da solidariedade entre os seres humanos”, a Europa deve “continuar se abrindo e se comprometendo com as grandes obras do planeta”. Em primeiro lugarr, "a questão da paz e da segurança, a situação  internacional debilitada pelos conflitos, em particular no Oriente Médio e as situações sempre dramáticas na Terra Santa, Líbano e Iraque, assim como na África e Ásia”.

Diálogo entre culturas e religiões

Mais adiante, referindo-se à unidade e diversidade que  caracterizou a Bélgica, o Pontífice indicou que “a unidade de um país requer por parte de todos a vontade de servir o interesse comum e de se conhecer melhor graças ao diálogo e ao enriquecimento mútuo”.

“Hoje, a acolhida dos emigrados cada vez mais numerosos e a multiplicação sobre o  mesmo solo de  comunidades diferentes por sua cultura de origem ou sua religião fazem absolutamente necessário, em nossas sociedades, o diálogo entre as culturas e entre as religiões".

respeitando as convicções religiosas de cada um e as exigências legítimas da vida social política de imigração que concilie os interesses do país de acolhida e o necessário desenvolvimento dos países menos favorecidos

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