22 de novembro de 2024 Doar
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Médico catedrático pede apostar pela medicina paliativa e não pela eutanásia

O médico e catedrático da Universidade de Navarra, Gonzalo Herranz, afirmou que em vez de apostar pela eutanásia dos doentes incuráveis, deve melhorar a competência humana e profissional dos médicos e o progresso dos cuidados paliativos para melhorar a vida dos pacientes.

Herranz declarou que "os que defendem a eutanásia aludindo à liberdade estão guiados por um sentido egocêntrico deste valor" e acrescentou que "a liberdade é para viver, não para morrer".

O doutor Herranz pediu desenvolver "a sério a especialidade da medicina paliativa, a terapêutica da dor". Em sua opinião, "muitos pedidos de eutanásia são de ajuda médica, de acompanhamento humano".

"Por isso, os médicos têm de melhorar muito, levar a sério a atenção terminal, aprender a aliviar o sofrimento e tratá-lo com competência profissional, com humanidade", assinalou Herranz.

Para o catedrático, "quando alguém diz 'assim não posso viver' está dizendo, em realidade, 'meu médico não é competente’”. Entretanto, destacou que "hoje a eutanásia se propõe não só como remédio para suprimir a dor física, mas sim como solução às dores morais, ao cansaço de viver, à depressão, à ameaça de ser uma carga para outros e a não valer-se pela gente mesmo".

Do mesmo modo, para o médico o "mais perigoso" do pedido de eutanásia é a "afirmação da autonomia, do domínio absoluto de cada um sobre sua vida".

Sobre a legalização da eutanásia, Herranz indicou que "embora a eutanásia se proponha como um remédio extremo, rodeado de garantias para evitar abusos, dá-se um perigo real de habituação". “A experiência da Bélgica e Holanda, mostra que, em poucos anos, antecipar a morte dos doentes se converteu em algo rotineiro". Neste sentido revelou que "é a causa imediata do falecimento de mais de um terço de pacientes com enfermidades incuráveis avançadas".

Segundo Herranz, "20 por cento das eutanásias que se fazem na Holanda, onde a maior parte se praticam na casa do paciente, realiza-se em doentes conscientes sem que a tenham pedido nem mimado".

Por último, Herranz desmentiu aos promotores da eutanásia que argumentam o alto custo da medicina paliativa de paciente terminal. “Exageram nesse ponto porque um estudo sobre o que custaria no EUA atender aos pacientes aos que se pratica a eutanásia na Holanda chegou à conclusão de que seria apenas 0,017 por cento do gasto médico daquele país". "portanto, o interesse pela eutanásia não está no dinheiro que economiza”, afirmou.

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