VATICANO, Apr 23, 2007 / 13:19 pm
Ao reunir-se neste domingo pela tarde com representantes do mundo da cultura na Universidade de Pavía durante uma visita pastoral que o levou o fim de semana passado às dioceses lombardas de Vigevano e Pavía, o Papa Bento XVI ressaltou que a centralidade da pessoa e a dimensão comunitária são essenciais à universidade.
Ante professores e alunos desta casa de estudos, uma das mais antigas da Itália, o Santo Padre assinalou que "só pondo no centro à pessoa e valorizando o diálogo e as relações inter-pessoais podem ser superadas a fragmentação da especialização das disciplinas e recuperada a perspectiva unitária do saber".
Em seu discurso, o Pontífice afirmou que se deve formar uma comunidade de docentes e estudantes empenhados na busca da verdade e na aquisição de altas competências culturais e profissionais.
Ao aprofundar nestas notas co-essenciais para uma válida colocação da "universitas studiorum", o Papa disse que "toda universidade deveria ser um centro de estudos 'à medida do homem', onde o estudante seja preservado do anonimato e mantenha um diálogo fecundo com os professores, para obter esses incentivos necessários para seu crescimento cultural e humano".
"É de fundamental importância –adicionou– que o empenho que na pesquisa científica se abra à pergunta existencial de sentido para a mesma vida da pessoa. Só se valoriza a pessoa e as relações inter-pessoais, a relação didática pode chegar a ser uma relação educativa".
Santo Agostinho, a fé e a razão
Ao falar de Santo Agostinho, co-padroeiro desta universidade junto com Santa Catarina de Alexandria, o Santo Padre assinalou que "seu percurso existencial e intelectual testemunha a fecunda interação entre fé e cultura".
Sobre o Doutor da Igreja, o Pontífice disse que "o amor de Cristo deu forma a seu compromisso existencial. De uma vida centrada na busca do êxito mundano, passou a uma vida totalmente entregue a Jesus Cristo, único Mestre e Senhor. Que Santo Agostinho seja um modelo de diálogo entre a razão e a fé para todos, modelo de um diálogo amplo que só pode procurar a verdade, e desta forma a paz".
Bento XVI pediu por intercessão de Santo Agostinho que "a Universidade de Pavía se caracterize sempre por uma atenção especial pela pessoa, por uma importante dimensão comunitária na investigação científica e por um fecundo diálogo entre a fé e a cultura".
Em seu discurso, o Pontífice enumerou aos ilustres personagens religiosos e laicos que por esta universidade passaram ao longo dos séculos: Alessandro Volta, Camillo Golgi e Carlo Forlanini, além de Recheie Ghislieri, quem em seguida fora o Papa São Pio V; os Santos Carlo Borromeo, Alessandro Sauli, Riccardo Pampuri, Santa Gianna Beretta Molla, o beato Contardo Ferrini e o Servo de Deus Teresio Olivelli.
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