Traços biográficos
1878 - Pe. Pelágio Sauter nasceu na aldeia de Hausen am Thann (Alemanha) e foi batizado três dias depois. Seus pais, Matias Sauter e Maria Neher, tiveram 15 filhos. Dois deles (Pelágio e Gaspar) tornaram-se padres redentoristas.
O pai, dedicado mestre-escola do lugarejo, trabalhava também na agricultura para garantir o sustento da família.
Além disso ocupava os cargos de organista, sacristão e escriturário na comunidade. A mãe entregava-se aos múltiplos afazeres domésticos e ajudava também na paróquia.
1892 - Pelágio recebeu os sacramentos da Primeira Eucaristia e Crisma. Trabalhou dois anos como aprendiz de serralheiro numa cidade vizinha.
1894 - Ingressou no Seminário Redentorista. Em 1902 consagrou-se a Deus pelos votos religiosos de Pobreza, Castidade e Obediência.
1907 - Foi ordenado padre. Quando convidado para vir ao Brasil, aceitou logo, pois sempre quis trabalhar nas missões estrangeiras.
1909 - Desembarcou no Rio de Janeiro, com mais quatro confrades. Nunca mais voltaria para rever a pátria.
1961 - Faleceu dia 23 de novembro desse ano na Santa Casa de Goiânia, após 52 anos de fecundo apostolado no Brasil. Portanto, é tido como um apóstolo brasileiro.
Suas obras
Estes 52 anos foram assim distribuídos: Cerca de 5 anos em algumas paróquias de São Paulo, e os outros 47 em Goiás. Durante esses longos anos desenvolveu múltiplas atividades pastorais. Nunca foi Superior canônico. Seu apostolado predileto foram as "desobrigas" no sertão goiano. Percorreu centenas de comunidades, quase sempre a cavalo, tornando-se conhecido e estimado pelo povo.
Onde mais trabalhou, foi em Trindade, famoso Santuário de Goiás, dedicado à Santíssima Trindade. Os romeiros vinham visitar o Divino Pai Eterno na festa, mas não voltavam sem pedir também a bênção do Pe. Pelágio.
Dedicou-se com carinho aos pobres e enfermos. A quantos abençoou e curou das doenças do corpo e da alma! A quantos visitou nas próprias casas. Não tinha hora marcada para os que o procuravam em suas aflições e necessidades. Dizem as crônicas que somente num ano visitou cerca de trezentos enfermos.
Seus últimos cinco anos foram dedicados unicamente à pastoral dos enfermos. Ficaram famosas as bênçãos que dava na igreja matriz de Campinas/Goiânia, todos os dias de manhã e à tarde.
Contam-se muitas curas extraordinárias, atribuídas ao seu carisma curativo. Algumas não tiveram explicação médica. Sua morte está ligada a um ato de caridade. Ao visitar uma pessoa enferma, apanhou chuva na volta, ocasionando-lhe forte pneumonia. Sobreveio um enfisema pulmonar, com outras complicações, tudo agravado pelos achaques da idade. Após uma semana de sofrimentos, morreu santamente às 13 horas do dia 23 de novembro de 196l. Tinha 83 anos.
Goiânia inteira corou a morte do humilde taumaturgo. O governo do Estado decretou luto oficial por três dias e ponto facultativo no dia do enterro.
O enterro: uma apoteose
O enterro ocorreu dia 24 à tarde, após uma vigília ininterrupta de visitas e orações na igreja matriz de Campinas. Ao velório e ao enterro, o mais concorrido até hoje na capital goiana (que naquele tempo devia ter pouco mais de cem mil habitantes), compareceram cerca de cinqüenta mil pessoas.
Vários monumentos foram erguidos em sua honra. O grande terminal de ônibus de Goiânia, capital do Estado de Goiás, tem o seu nome. A estrada Goiânia x Trindade chama-se "rodovia Pe. Pelágio". Seu nome figura em ruas, praças, vilas, colégios, hospitais. É conhecido e venerado como o "Apóstolo de Goiás", o "Missionário do povo".
O processo de beatificação foi aberto em 1997. Em 1998 encerrou-se a primeira fase sobre a heroicidade das virtudes. Aguarda-se a proclamação de “Venerável” pela Santa Sé.
Já foi iniciada praticamente a segunda fase do processo. Duas curas estão sendo submetidas a uma avaliação prévia pelos médicos da Sagrada Congregação dos Santos.
- Rezemos pela sua beatificação.
- Peçamos sua intercessão nas dificuldades.
- Imitemos sua vida de doação.