Magistério de São Sisto III
Sobre a Encarnação
[Fórmula de união do ano 433, em que se restabeleceu a paz entre São Cirilo de Alexandria e os antioquenhos, aprovada por São Sisto III; versão sobre o texto grego]
Queremos falar brevemente sobre como sentimos e dizemos a respeito da Virgem mãe de Deus e a respeito de como o Filho de Deus se fez homem necessariamente, e não por modo de aditamento, a não ser na forma de plenitude tal como desde antigo o recebemos, tanto das divinas Escrituras como da tradição dos Santos Padres, sem acrescentar nada absolutamente à fé exposta pelos Santos Padres em Nicéia. Pois, como anteriormente dissemos, ela basta para todo conhecimento da piedade e para rechaçar toda falsa opinião herética. Mas falamos, não porque atrevamos ao inacessível, mas sim fechando o caminho com a confissão de nossa fraqueza a quem quer nos atacar por discutir o que está por cima do homem.
Confessamos, conseguintemente, a nosso Senhor Jesus Cristo Filho de Deus unigênito, Deus perfeito e homem perfeito, de alma racional e corpo, antes dos séculos engendrado do Pai segundo a divindade, e o mesmo nos últimos dias, por nós e por nossa salvação, nascido da Maria Virgem segundo a humanidade, o mesmo consubstancial com o Pai quanto à divindade e consubstancial conosco segundo a humanidade. Porque se fez a união de duas naturezas, pelo qual confessamos a um só Senhor e a um só Cristo. Segundo a inteligência desta inconfundível união, confessamos a Santa Virgem por mãe de Deus, por haver-se encarnado e feito homem o Verbo de Deus e por ter unido consigo, da mesma concepção, o templo que dela tomou. E sabemos que os homens que falam de Deus, quanto às vozes evangélicas e apostólicas sobre o Senhor, algumas vezes as fazem comuns como de uma só pessoa, outras as repartem como de duas naturezas, e ensinam que umas quadram a Deus, segundo a divindade de Cristo; outras são humildes, segundo a humanidade.