Mais de meio milhão de pessoas infectadas no Brasil com o vírus da AIDS, que nos dois últimos anos, mudou de cara e passou a ser uma doença de heterossexuais pobres, jovens e com baixo nível de instrução, com um forte e alarmante crescimento entre as mulheres.
Com efeito, uma última reportagem das Nações Unidas apontou o Brasil como o país da América latina com maior quantidade de casos de Aids, já que tem 1400000 pessoas doentes desse mal.
Segundo informes do Ministério da Saúde, no país existem 536920 pessoas, entre 15 e19 anos, infectadas com o vírus da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; enquanto que 59% das cidades registra ao menos um caso de aids. Além disso, os dados indicam que mais de 150 mil pessoas já morreram desta doença nos últimos dois anos no país.
A cara desta doença mortal agora é outra: dos 16 mil caos registrados em 2000, mais de 10 mil corresponderam a heterossexuais pobres, jovens e que não tinham completado a escola primária.
As causas do veloz contágio entre essas pessoas continua sendo o mesmo: um alto índice de promiscuidade juvenil incitado pelas campanhas do denominado "sexo seguro", que de novo, põe em discussão sua ineficácia para frear os casos de contágio no país.
Assim mesmo, foi registrado um aumento significativo no número de mulheres doentes; enquanto em 1985 havia 25 homens infectados com HIV para cada mulher, hoje o número de homens infectados é apenas duas vezes maior que o de mulheres.
Uma conseqüência do aumento da quantidade de mulheres doentes é a transmissão do mal da mãe para o filho. Em 1998 aproximadamente 13 mil mulheres grávidas, entre 15 e 34 anos, estavam infectadas com HIV, sendo mais de dois terços dos bebês que nasceram foram infectados pelo mal.
Finalmente, nestes últimos anos também mudou a geografia da doença. Os primeiros casos registrados no Brasil ocorreram nas ricas e mundanas cidades do sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo. Agora, o vírus se deslocou para as regiões do norte e nordeste, as mais pobres do país, em relação à nova cara da doença.