Por iniciativa da Organização das Nações Unidas, todo dia 1 de dezembro é celebrado o "Dia Mundial de luta contra AIDS". O evento, que deveria ser uma ocasião para tomar consciência da ameaça desta epidemia e mover à solidariedade efetiva com aqueles que contraíram o mortal Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV); converteu-se em ocasião para difundir duas grandes mentiras que não fizeram mais do que contribuir para propagar ainda mais a doença:
Que o mal chamado "sexo seguro" - fundamentalmente o preservativo- previne a doença tanto como a abstinência.
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Que a AIDS não tem nenhuma relação com padrões de vida moral e que, consequentemente "qualquer um" está igualmente exposto.
A resistência ao "Sexo Seguro"
LIMA, 30 (ACI, Redação Central).- Apesar das intensas campanhas para o uso de preservativos, levadas adiante nos países industrializados, existe uma evidente "impermeabilidade" da população para seu uso, como demostraram, entre outros, Díaz, Chu e colaboradores (1994), em um estudo desenvolvido em 11 estados dos Estados Unidos.
O pesquisadores perguntaram a 497 pessoas com HIV adquirido heterossexualmente, se nos 5 anos prévios ao diagnóstico tinham usado preservativos: 74% das mulheres, não aceitaram ou requereram o uso de preservativo, 68% dos homens, nunca usaram um preservativo.
Este é um de tantos exemplos que revelam que apesar das campanhas mencionadas em sociedades com alto consumo de informação, um grande número de pessoas são indiferentes a elas. Qual é a razão deste paradoxo?
Segundo uma pesquisa realizada por Rasmussen e Knudsen em 1994, as campanhas intensas de uso de preservativos e outros anticoncepcionais podem aumentar o número de mulheres adolescentes sexualmente ativas. Ambos pesquisadores compararam um grupo escolar mediante um questionário idêntico em 1986 e em 1994.
Em 1986, somente 26 por cento das jovens tinham tido relações sexuais na semana prévia ao questionário; em 1994 essa porcentagem subiu para 42 por cento, indicando uma população maior de meninas sexualmente ativas.
Não somente detectaram isso, mas que ainda que tenha aumentado o número de usuários de preservativos, a proporção de relações sexuais sem preservativos mantinha-se constante. Estatisticamente, o número efetivo de pessoas sexualmente ativas não usuárias também tinha aumentado.
O paradoxo é que, entre uma data e outra, as adolescentes eram "mais cultas" sobre o "sexo seguro"... o que não significa que estavam mais interessadas. Em outras palavras, a cultura do "sexo seguro" tinha incrementado o interesse no sexo... e não no "seguro".
Como os anticoncepcionais promovem a AIDS
LIMA, 30 (ACI, Redação Central).- Outra verdade que é ocultada, e que foi cientificamente demonstrada, é que os métodos anticoncepcionais artificiais, especialmente os métodos permanentes, contribuíram para a difusão da epidemia.
Stephen Post, na prestigiosa revista Obstetrics and Gynecology (1994) cita dois estudos em dois grupos de 492 e 657 mulheres, em que se estabeleceu que as mulheres que foram esterilizadas cirurgicamente podem adquirir comportamentos de risco para transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e AIDS.
Com efeito, ao se saberem seguras de não ficar grávidas, o nível de preocupação pelas conseqüências das relações sexuais diminui e com isso, as possibilidades de contágio do HIV ou de qualquer DST aumenta.
Da observação de Post se desprende outro estudo de Humphries e Bauman realizado independentemente no mesmo ano. Neste, os autores demonstraram que usuárias de Norplant - o método anticoncepcional subcutâneo de longa duração - assumiram o mesmo comportamento de risco que as anteriores, com as previsíveis conseqüências nefastas: AIDS e DST.
Por que a AIDS tem rosto de mulher jovem
LIMA, 30
(ACI, Redação Central).- Um fato real que é deliberadamente
ignorado
é que cada vez mais existem mais indícios científicos
de que o controle químico também contribuiria para que as mulheres
jovens contraiam AIDS com mais facilidade.
Estabeleceu-se que as mulheres adolescentes não atingem maturidade da parede vaginal até por volta dos 20 anos, tendo-a por si mais fina. Isto quer dizer que sua barreira anatômica para as DST e AIDS é menor o que uma mulher adulta.
Em maio de 1996 foi reportado que a progesterona afinava o epitélio vaginal das símias rhesus, tornando-as mais vulneráveis à transmissão do SIV (vírus de imunodeficiência símia). Mark Preston e colaboradores apresentaram na XI Conferência Internacional sobre AIDS (Outubro de 1996) um estudo realizado em macacas, em que demonstraram que a progesterona não somente aumenta a transmissão vaginal do SIV, mas que além disso promovia a progressão da doença. Deborah Anderson, pesquisadora de HIV e " saúde reprodutiva" em Boston (Estados Unidos), começou a estudar os efeitos da progesterona em mulheres; depois de conhecer o estudo em macacas.
Seu laboratório analisou ao azar mostras de tecido armazenados, encontrando também estreitamento do epitélio vaginal, ainda que não em níveis encontrados nas macacas. No curso de 1997 o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos teria culminados estudos - ainda não publicados - , para avaliar o estreitamento do epitélio vaginal de mulheres com ciclos menstruais normais e de mulheres sob diversos tipos de regimes hormonais -na maioria por uso de anticoncepcionais.
Também estão sendo realizados estudos epidemiológicos para ver se existem diferenças na infecção por HIV em mulheres que tomam anticoncepcionais hormonais. Nessa linha, Sara Mostad e colaboradores, da Washington State University (Estados Unidos), apresentaram em 1996 na XI Conferência Internacional sobre AIDS, em Vancouver (Canadá), em estudo realizado em um grupo de mulheres portadoras do HIV, em que demonstraram que: As que usavam anticoncepcionais orais tinham níveis de HIV 4,5 vezes mais em suas secreções do colo do útero que as que não usavam esses contraceptivos. As mulheres que usavam progesterona injetável tinham 3,2 vezes mais HIV nessas secreções.
A explicação é que como os anticoncepcionais tendem a modificar a mucosa vaginal, estas mudanças podem atrair células do sistema imunológico, incluindo células infectadas com HIV, segundo referiu a Dra. Overbaugh, uma das colaboradoras da Dra. Mostad. Em agosto de 1992, Vitaya Sridama e colaboradores, apuraram que mulheres que utilizavam Medroxiprogesterona intramuscular - o perigoso anticoncepcional conhecido como Dopoprovera- tinham diminuição de linfócitos CD8, redução que alcançou valores significativos nas mulheres que tinham mais de 10 injeções.
Que importância tem esta mudança? A diminuição dos CD8 (supressor T-cells) é a mudança imunológica encontradas em várias doenças autoimunes, incluindo Lupus Eritematoso Sistêmico, doença da tireóide autoimune e Miastenia Gravis.