O Arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, disse que o exercício do ministério de catequistas deve ser realizado de forma “secular sem cair em nenhuma expressão de clericalização". Na apresentação da carta apostólica em forma de motu proprio Antiquum ministerium do papa Francisco, realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé hoje 11 de maio, Fisichella ressaltou que os catequistas não devem ser considerados “substitutos de sacerdotes ou pessoas consagradas”.

O arcebispo comentou a consideração inicial do papa Francisco no qual resgata a antiguidade do ministério de catequista na Igreja e sua atualidade para a vida da Igreja no terceiro milênio.

“Com esta simples e imediata consideração, o Papa Francisco institui para a Igreja do terceiro milênio um novo ministério que, no entanto, sempre acompanhou o caminho da evangelização para a Igreja de todos os tempos e de todos os tempos, o do Catequista”, ressaltou.

“Após a publicação do Diretório para a Catequese em 23 de março de 2020, um novo passo para a renovação da catequese e seu trabalho efetivo na nova evangelização é o estabelecimento desse ministério laical específico ao qual são chamados homens e mulheres presentes em toda a Igreja que, por sua dedicação, tornam evidente a beleza da transmissão da fé”, completou o responsável.

Por outro lado, Dom Fisichella recordou que “é significativo que o Papa Francisco tenha tornado público este motu proprio na memória litúrgica de São João de Ávila (1499-1569)”.

“Esse doutor da igreja foi capaz de oferecer aos crentes de seu tempo a beleza da Palavra de Deus e o ensinamento vivo da Igreja em uma linguagem não só acessível a todos, mas também revestida de uma intensa espiritualidade”.

“Era um magnífico teólogo e, portanto, um grande catequista. Em 1554 ele escreveu o catecismo A Doutrina Cristã, dividida em quatro partes, com uma linguagem tão simples e acessível a todos que poderia ser cantada como uma cantilena, e aprendida de memória como uma rima infantil útil para todas as circunstâncias da vida. A escolha desta data não é acidental, pois compromete os catequistas a se inspirar no testemunho de um santo que tornou fecundo seu apostolado catequético”, afirmou o Arcebispo.

Dom Rino Fisichella observouo que a iniciativa do Santo Padre de criar este ministério laical está em sintonia com o chamado do Concílio Vaticano II aos leigos a viver a dimensão apostólica da sua vocação batismal. “Com a instituição do ministério do Catequista, o Papa Francisco está promovendo ainda mais a formação e o compromisso dos leigos. É uma nota que merece consideração porque acrescenta uma conotação ainda mais concreta ao grande impulso oferecido pelo Concílio Vaticano II”, afirmou.

 Para Fischella “homens e mulheres são chamados a expressar sua vocação batismal da melhor maneira possível, não como substitutos de sacerdotes ou pessoas consagradas, mas como autênticos leigos e leigas que, na particularidade de seu ministério, tornam possível experimentar em sua plenitude o chamado batismal para testemunhar e servir efetivamente na comunidade e no mundo”.

“Não há dúvida de que a instituição deste ministério, juntamente com a do acólito e de leitor, tornará possível a existência de leigos melhor formados e preparados para a transmissão da fé”, pontuou.

Por fim, dom Fisichella destacou a importância da formação dos catequistas, garantindo todo o apoio do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização às Conferências Episcopais, que serão encarregadas de implementar este novo ministério e cuidar da formação dos catequistas. 

“Os catequistas não podem ser improvisados, pois o compromisso de transmitir a fé, além do conhecimento de seu conteúdo, exige um encontro pessoal prévio com o Senhor. Aqueles que exercem o ministério de catequista sabem que falam em nome da Igreja e transmitem a fé da Igreja”.

Para ler o documento na íntegra, acesse: https://www.acidigital.com/noticias/integra-carta-apostolica-pela-qual-o-papa-institui-o-ministerio-de-catequista-50844

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