A Igreja Católica “sempre” condenou o comunismo por ser um “sistema perverso”, disse a Conferência Episcopal Peruana (CEP) nesta terça-feira, 25 de maio, por causa do segundo turno das eleições presidenciais que se realizarão no dia 6 de junho e têm um candidato comunista em ligeira vantagem nas pesquisas de intenção de voto. “A Igreja, fiel à dignidade humana, sempre rejeitou e condenou o comunismo por ser um sistema perverso que reduz o ser humano à esfera econômica e restringe as liberdades fundamentais da pessoa”, afirmaram os bispos em carta dirigida ao povo católico, publicada na ocasião da Solenidade de Pentecostes.

O segundo turno eleitoral peruano é disputado entre Keiko Fujimori, do partido Fuerza Popular, e Pedro Castillo, do partido comunista Perú Libre.

“Da mesma forma”, continua a carta dos bispos, “a Igreja rejeita o capitalismo selvagem que reduz o ser humano ao ‘consumismo’ e ao desejo de lucro excessivo, em detrimento da dignidade humana (cfr. Centesimus Annus, 8)”.

Na carta, os bispos peruanos expressaram o desejo de acompanhar a população “nos momentos difíceis que” está vive. “A Igreja tem o Evangelho como fonte de seus ensinamentos e o anuncia em comunhão com o Magistério pontifício e o Magistério da Igreja na América Latina e no Caribe, fundamentados nos princípios da dignidade humana, o bem comum, a opção preferencial pelos pobres, promovendo uma sociedade fraterna e solidária e uma economia inclusiva, pois ninguém deve ficar 'de fora', como preconiza a doutrina social da Igreja”, disseram.

A CEP pediu um “voto livre e bem-informado” e fez “um chamado à consciência cidadã para a boa eleição de seus dirigentes”. Deus “nos conceda o dom da sabedoria, para podermos discernir e escolher o melhor para nosso país e assim nos levar a superar a crise social, política, econômica, educacional, sanitária e a corrupção que nos atinge e golpeia a todos, de uma forma especial os mais fracos e vulneráveis ​​”, diz a carta dos bispos.

“No contexto do bicentenário da independência nacional, essas eleições devem ser uma ocasião para fortalecer os valores fundamentais da nação: democracia, liberdade, estado de direito, independência de poderes, dignidade humana, vida, família, propriedade, respeito aos tratados internacionais, que devem ser plenamente garantidos pela ordem constitucional”, disseram os bispos. “Para fortalecer a democracia é necessária uma cidadania ativa, proativa e vigilante que esteja muito atenta à preservação da ordem democrática diante de qualquer tentativa de quebrá-la”.

Por fim, os bispos peruanos disseram que com “nossa eleição devemos reafirmar também os grandes valores éticos, morais e religiosos que sustentam nossa nação desde seu início e que constituem a grande reserva moral do país que devemos cuidar e enobrecer”.

“A Igreja, fiel ao Evangelho de Jesus Cristo, sempre esteve e estará ao serviço do país, como tem demonstrado neste momento difícil da pandemia”, recordaram, e pediram ao Senhor dos Milagres que “abençoe o Peru” e “que a Santíssima Virgem nos proteja, por intercessão de Santa Rosa de Lima e de São Martinho de Porres”.

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