Depois de 72 horas sob a custódia de sequestradores, um padre católico e quatro outras pessoas foram libertadas nesta quarta-feira no Mali. Os criminosos libertaram o Pe. Léon Douyon e as demais vítimas junto à estrada entre Bankass e Bandiagara, na aldeia de Parou, território da diocese de Mopti. Segundo informou ACI África, a agência do grupo ACI dedicada às notícias do continente africano, os 5 sequestrados se encontram bem de saúde.

O Major Abass Dembélé, governador da região de Mopti, no centro do Mali, disse que os cinco foram libertados depois que o veículo dos sequestradores avariou não muito longe da fronteira com a Burkina Faso.

"Os sequestradores decidiram, portanto, abandonar o veículo em algum lugar da mata e, graças à mediação de notáveis cidadãos de Dogon e Fulani, concordaram em libertar seus cinco reféns, que haviam se tornado um peso", afirmou a autoridade citando o depoimento dos locais.

Douyon, padre da diocese de Mopti, foi sequestrado por pistoleiros no dia 21 de junho.

O padre Alexis Dembélé, sacerdote no Mali, afirmou à imprensa no dia 22 de junho que "o grupo desapareceu na segunda-feira enquanto viajava de Ségué, no centro do país, para o funeral do padre Oscar Thera, na cidade de San".

"A precária rede rodoviária exige que primeiro se dirija para o norte para depois ir ao sul, até a cidade de San".

O grupo foi surpreendido a cerca de 20 milhas ao norte de Ségué, nas proximidades de Ouo.

"O grupo era formado pelo Pe. Léon Douyon, pároco de Ségué, Thimothé Somboro, o chefe da aldeia de Ségué, Pascal Somboro, vice-prefeito, e dois outros membros da comunidade, Emmanuel Somboro e Boutié Tolofoudié", afirmou Pe. Dembélé.

Mali, um país com uma população de 19,66 milhões de pessoas, passou por uma onda de violência envolvendo tanto civis quanto militares desde 2012.

Os sequestros se práticas comuns dos milicianos que buscam obter dinheiro por resgates ou exercer pressão política.

O país tem visto confrontos entre o exército maliense e uma milícia que luta pela independência, bem como insurgências jihadistas lideradas por grupos ligados ao Al-Qaeda e ao Estado islâmico. Mali também tem sofrido com a violência urbana e os combates deixaram milhares de mortos e centenas de milhares de desalojados.

A violência se espalhou para os vizinhos Burkina Fasso e Níger.

Acredita-se que a Ir. Gloria Cecilia Narváez Argoti, membro da Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada sequestrada no sul de Mali em 2017, ainda esteja nas mãos de jihadistas ligados ao Al-Qaeda.

Mali está atualmente sob a liderança do Coronel Assimi Goïta que liderou dois golpes em um período de nove meses, primeiro destituindo o presidente eleito do país, Ibrahim Boubacar Keïta, em agosto passado, e, em maio, os líderes interinos que deveriam liderar o governo de transição do país.

Após o golpe de 24 de maio, o tribunal constitucional de Mali nomeou Goïta como presidente de transição até que o país realizasse eleições.

O movimento tem atraído críticas de bispos católicos que consideram o evento uma "tomada de poder fora do processo legal".

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