A festa de são Sebastião no Rio de Janeiro (RJ) não terá este ano sua tradicional procissão, devido às medidas impostas contra a pandemia de covid-19. A medida já havia sido adotada no ano passado. A festa do padroeiro da cidade e da arquidiocese do Rio contará com uma carreta.

A procissão de são Sebastião no Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro, foi declarada patrimônio cultural carioca em 2014, assim como a “bênção dos barbudinhos”, concedida pelos frades capuchinhos toda primeira sexta-feira do ano no Santuário Basílica de São Sebastião, no bairro da Tijuca. Tradicionalmente, a procissão sai da basílica e segue até a catedral metropolitana, no Centro, reunindo milhares de devotos.

“Este ano, no dia 20, não teremos procissão, para evitar aglomeração, e sim, uma carreata. Faremos uma carreata como fizemos ano passado, saindo de Santa Cruz [bairro na zona oeste do Rio], na Igreja Nossa Senhora da Conceição, para a catedral, onde teremos a missa. Não deixaremos de celebrar são Sebastião, mas faremos de outra maneira, evitando assim muita gente próxima uma da outra. Nós sabemos que não é o momento agora. Por isso, nós vamos fazer, e poderá ser acompanhado pelos meios de comunicação”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, durante uma visita à prefeitura do Rio com a imagem de são Sebastião, no dia 10 de janeiro, no contexto da trezena do padroeiro. 

A carreata sairá às 14h30 da paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz, passará pela Basílica de São Sebastião, na Tijuca, e depois seguirá para a catedral, onde dom Orani celebrará a missa solene do padroeiro.

Durante todo o dia também haverá missas de hora em hora, das 5h às 19h, na basílica de São Sebastião. O arcebispo Orani Tempesta vai celebrar a missa da cidade, às 10h. Ao meio-dia, haverá a oração do Ângelus.

Em um artigo sobre o padroeiro do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta afirmou que “São Sebastião é um dos santos mais famosos entre o povo brasileiro. Por causa de sua poderosa intercessão e incontáveis milagres obtidos, ele se tornou padroeiro de muitas cidades e outras tantas cidades e bairros por todo o Brasil receberam o nome de São Sebastião”. Entre essas está a capital fluminense, cuja relação com o santo vem desde sua fundação.

Quando fundou a cidade em 1º de março de 1565, o português Estácio de Sá resolveu homenagear o então rei de Portugal, dom Sebastião, e a nomeou “São Sebastião do Rio de Janeiro”. Na época, a região estava ocupada por franceses, que foram expulsos apenas dois anos depois, em 20 de janeiro de 1567, dia de são Sebastião. Diz a lenda que o santo teria sido visto ao lado dos portugueses durante batalha. Nesse mesmo dia, Estácio de Sá foi ferido com flecha indígena envenenada, vindo a morrer um mês depois.

Atualmente, encontram-se no Santuário Basílica de São Sebastião as “Relíquias Históricas da Cidade”: os restos mortais do fundador do Rio de Janeiro, Estácio de Sá; o marco zero da cidade; e a pequena imagem de São Sebastião de 1563, que teria sido trazida de Portugal por Estácio de Sá.

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