Numa carta aberta publicada pela iniciativa Maria 1.0, leigos alemães criticaram o Caminho Sinodal Alemão: "Isso não une as pessoas, divide!"

O Caminho Sinodal Alemão se descreve como um processo que reúne os bispos da Alemanha e leigos selecionados para debater e aprovar resoluções sobre o modo como o poder é exercido na Igreja, moral sexual, o sacerdócio, e o papel das mulheres, temas sobre os quais manifestaram várias vezes e publicamente opiniões contrárias à doutrina da Igreja.

Na carta aberta, o grupo de leigos também pediu ao bispo de Limburgo dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, que encerre a cooperação com a presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK), Irme Stetter-Karp, que exigiu em julho que o aborto esteja disponível em toda a Alemanha.

O ZdK organiza o Caminho Sinodal Alemão junto com a Conferência Episcopal Alemã. Como presidente do comitê leigo, Stetter-Karp é copresidente do processo sinodal alemão, ao lado de Bätzing.

"Para nós, signatários desta carta, seria insuportável pensar que um dia o sr. poderia viajar para Roma ao lado de Stetter-Karp representando a Igreja Católica Alemã ou inclusive como copresidente do processo sinodal", diz a carta aberta publicada na quinta-feira (11).

A carta já havia sido enviada diretamente a dom Bätzing em 3 de agosto, mas até agora não houve resposta.

“Vossa Excelência, pedimos ao sr. e a seus irmãos bispos, que em sua ordenação prometeram propagar a fé da Igreja transmitida pelos apóstolos de forma pura e integral, que terminem sua colaboração com Stetter-Karp se ela não estiver disposta a rever publicamente sua posição e voltar ao ensinamento da Igreja sobre a proteção da vida nascituro”, exige a carta aberta.

A carta aberta também criticou fortemente o Caminho Sinodal, que já foi rejeitado por 100 cardeais e bispos de todo o mundo.

“Mesmo sob sua liderança, Excelência, o Caminho Sinodal corre o risco de cair na 'armadilha do fora de jogo', que segundo o papa Francisco é 'que uma das primeiras e maiores tentações no campo eclesiástico é acreditar que as soluções aos problemas presentes e futuros só podem ser resolvidos reformando as estruturas, organizações e administração, mas que, em última análise, não tocam em pontos vitais que realmente requerem atenção'”, alertaram os signatários.

"Dom Bätzing, nos dirigimos a este organismo eclesiástico 'modernizado', liberal e politicamente correto que o papa Francisco adverte que permanecerá sem alma e sem o frescor do Evangelho", continua a carta

Segundo os leigos, eles guardaram "silêncio sobre tudo isso há muito tempo".

“Esfregamos os olhos com descrença quando o Estudo MHG sobre o abuso de crianças e jovens inocentes – que condenamos e queremos que seja resolvido tanto como o sr.! – foi usado como o impulso para uma tentativa de reestruturar nossa Igreja de tal forma que nós, como cristãos católicos romanos, não nos reconheceríamos mais como tal se não fosse por Roma e pela Igreja universal”.

Isso é “orquestrado pelo mesmo punhado de professores de teologia alemães que aparentemente estão se preparando para substituir o Magistério Episcopal”, continua a carta.

“Além disso, não pense que nós (e alguns bispos também) não notamos as muitas pequenas ou grandes violações deliberadamente colocadas (inclusive pelos bispos) contra instruções específicas de Roma ou do Magistério. Isso não une, Excelência, divide!”, acrescenta a carta.

Entre os signatários está a diretora de Maria 1.0, Clara Steinbrecher, renomados professores católicos como Elmar Nass, Manfred Spieker e Berthold Wald.

Há também o historiador Michael Feldkamp; a editora de Media Maria Verlag, Gisela Geirhos; e Timothy Flanders, editor de OnePeterFive nos EUA.

Muitos outros católicos assinaram a carta aberta.

Os membros do Caminho Sinodal se reunirão para a quarta sessão de 8 a 10 de setembro em Frankfurt am Main. Alguns textos já poderão ser aprovados oficialmente como resoluções do Caminho Sinodal.

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