Mais de 10 mil nascituros estão vivos hoje graças à decisão da Suprema Corte dos EUA de derrubar Roe x Wade, diz um novo relatório de um grupo pró-aborto. A decisão do caso Roe x Wade pela Suprema Corte dos EUA liberou o aborto no país e proibia que Estados e o Congresso federal aprovassem leis restritivas ao aborto.

Em 24 de junho deste ano, a decisão do caso Dobbs x Jackson Women's Health Organization pela Suprema Corte derrubou Roe x Wade. Depois disso houve 5.270 abortos a menos em julho e 5.400 a menos em agosto, informou a iniciativa #WeCount da multinacional abortista Planned Parenthood na sexta-feira (28).

Segundo artigo sobre o estudo #WeCount do jornal The New York Times, os abortos caíram para quase zero em Estados com proibições, mas aumentaram em muitos Estados onde a prática continua legal.

Menos de dez abortos foram feitos em agosto nos Estados de Alabama, Arkansas, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Missouri, Dakota do Norte, Oklahoma, Dakota do Sul e Wisconsin. O número de abortos cresceu na Carolina do Norte (37%), Kansas (36%), Colorado (33%) e Illinois (28%).

Nos dois meses depois de Dobbs, o número de mulheres que abortaram caiu em 10.670, ou 6%, informou o grupo. Se esses números continuassem, disse o FiveThirtyEight, mais de 60 mil vidas poderiam ser salvas do aborto em apenas um ano.

“Os resultados do projeto #WeCount confirmam que as leis pró-vida salvam vidas”, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI, Chuck Donovan, presidente do Charlotte Lozier Institute, braço de pesquisa da SBA Pro-Life America.

“Não há nada como o nascimento de um novo bebê, e essas leis se traduzirão nesse milagre milhares de vezes”, disse Donovan. “A indústria do aborto só tem uma mensagem para as mulheres: você não pode. Agora estamos substituindo isso por algo melhor: você pode e estaremos lá para apoiar".

Para Donovan, “os Estados pró-vida já deram um passo à frente para apoiar mulheres e famílias; só o Texas orçou mais de US$ 100 milhões para dar às mulheres opções reais”.

Para o estudo, #WeCount se baseou numa combinação de relatórios e estimativas. O grupo disse que desenvolveu um banco de dados de todas as clínicas, consultórios médicos particulares, hospitais e fornecedores de aborto só virtuais nos EUA. De todos os fornecedores identificados, 79% concordaram em participar. Esses fornecedores respondem por 82% dos abortos feitos no país.

O #WeCount analisou e comparou dados de abril a agosto de 2022. Segundo o estudo, a taxa nacional de aborto diminuiu de 14 abortos por cada mil mulheres em idade reprodutiva em abril para 13 por mil mulheres em agosto.

O grupo observou que os abortos por meio de clínicas virtuais aumentaram de 2.830 em abril para 3.780 em agosto, um aumento de 33%.

Em um comunicado, disse que “no geral, o número mensal de abortos diminuiu de abril de 2022 a agosto de 2022, indicando que milhares de grávidas que vivem em Estados onde o aborto é proibido e restrito não puderam viajar para serviços de aborto”.

O estudo disse não poder contabilizar os abortos "autogeridos" ou feitos fora do sistema formal de saúde.

A Planned Parenthood, que ajudou no relatório #WeCount, não respondeu o grupo ACI até o momento da publicação desta matéria.

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