O papa emérito Bento XVI está disposto a se defender legalmente em uma possível ação civil na Alemanha, onde um homem de 38 anos o acusa de ter encoberto o abuso de um padre, informou um porta-voz da justiça na Alemanha à agência de notícias alemã DPA.

O homem que acusa o papa emérito diz que o encobrimento do padre Peter Hullerman, já condenado, ocorreu quando Bento XVI era arcebispo de Munique e Freising, entre 1977 e 1982.

O homem de 38 anos acusa Hullerman, Bento XVI, o cardeal Friedrich Wetter, de 94 anos, e a arquidiocese de Munique e Freising.

Hullerman foi acusado de abusar de pelo menos 23 menores entre 8 e 16 anos, entre 1973 e 1996. O padre foi suspenso da diocese de Essen em 1979, acusado de ter abusado de um menino de 11 anos.

Ele foi transferido em 1980 para a arquidiocese de Munique e considerado culpado de assediar menores em uma paróquia da arquidiocese em 1986, quando Ratzinger já não era o arcebispo.

O arcebispo Georg Gänswein, secretário pessoal de Bento XVI, disse ao jornal alemão Die Zeit em janeiro que "a acusação de que ele sabia a história anterior no momento da decisão de admitir o padre H. está errada. Ele não conhecia a história anterior."

Segundo RaiNews.it, Bento XVI tem até 24 de janeiro para fazer sua defesa.

Segundo o jornal espanhol ABC, é a terceira tentativa de acusar Bento XVI de encobrimento, "sempre com o mesmo caso".

O relatório de janeiro de 2022

Em janeiro deste ano, a arquidiocese de Munique e Freising, Alemanha, divulgou um relatório sobre os abusos, no qual é mencionado o papa emérito Bento XVI.

O estudo critica Joseph Ratzinger por como lidou com quatro casos quando liderava a arquidiocese. A mídia havia destacado apenas um deles, o do padre Peter Hullermann, identificado como padre H.

Bento XVI nega as acusações de acobertamento. Ele enviou um documento de 82 páginas com suas observações aos investigadores que fizeram o relatório.

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