O cardeal Antonio María Rouco Varela, arcebispo emérito de Madri, disse que o Caminho Sinodal Alemão “foi muito bem recebido no mundo pelas correntes sociais vigentes. Foi fortalecido de fora, influenciando e tendo efeitos dentro”.

Para o cardeal espanhol, “temos de fazer um exame de consciência e levar mais a sério a santidade, porque nos deixamos conquistar em grande parte pelas correntes materialistas”.

O Caminho Sinodal Alemão é um processo de discussão entre bispos e leigos iniciado em dezembro de 2019 sobre exercício do poder na Igreja, sacerdócio, papel das mulheres e moral sexual. Documentos aprovados nas reuniões do caminho sinodal já defenderam acabar com o celibato sacerdotal, ordenar mulheres, e mudar a moral sexual da Igreja especialmente no que se refere à homossexualidade.

Rouco Varela falava em um curso de atualização em direito canônico da Universidade de Navarra, Espanha, sobre a constituição Praedicate Evangelium, com a qual o papa reformou a Cúria Romana. Em sua intervenção, Varela disse que o Caminho Sinodal Alemão “tem um defeito de forma”. “É mais uma superestrutura do que uma realidade que nasce do coração da Igreja”, disse.

Comentando o Apocalipse, Rouco Varela disse: “a grande batalha pela salvação do mundo está resolvida desde o início, porque o triunfo do ressuscitado é definitivo e ninguém pode superar isso”.

“O poder do demônio não vai vencer a ressurreição, mas é preciso lutar a batalha, é preciso completar a Paixão de Cristo, como diz são Paulo”, disse ele.

Há poucos dias, o cardeal Marc Ouellet, prefeito do Dicastério dos Bispos da Santa Sé, alertou que a proposta do Caminho Sinodal fere a Igreja, causa escândalo e semeia dúvidas e confusão.

Por isso, pediu aos bispos alemães uma “moratória” sobre suas propostas até depois da conclusão do Sínodo da Sinodalidade, cuja fase final acontecerá no Vaticano em 2023 e 2024.

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