Como é tradição, o papa Francisco enviou uma carta ao patriarca ecumênico Bartolomeu I por ocasião da festa de santo André ontem (30), a quem disse que "o mundo de hoje está precisando muito de reconciliação, fraternidade e unidade".

Na carta, o papa Francisco transmitiu "a certeza do meu afeto fraterno e minha mais sincera oração por você e pela Igreja confiada aos seus cuidados".

Para Francisco, “o encontro da Igreja de Roma com a Igreja de Constantinopla é uma expressão da profundidade dos laços que nos unem e um sinal visível da esperança que alimentamos de uma comunhão cada vez mais profunda”.

“O pleno restabelecimento da comunhão entre todos os que acreditam em Jesus Cristo é um compromisso irrevogável para cada cristão, já que a ‘unidade de todos’ (cf. Liturgia de São João Crisóstomo) não é apenas a vontade de Deus, mas também uma prioridade urgente no mundo atual”, disse ele.

O papa recordou então que “foi dada muita atenção às razões históricas e teológicas que estão na origem das nossas divisões”.

Em vista disso, ele pediu que “este estudo compartilhado deve continuar e ser desenvolvido num espírito que não seja polêmico e nem apologético, mas marcado pelo diálogo autêntico e pela abertura recíproca”.

Francisco disse que “as divisões são o resultado de ações e atitudes lamentáveis que impedem a ação do Espírito Santo, que guia os fiéis à unidade na diversidade legítima”.

“Somos, portanto, chamados a trabalhar pelo restabelecimento da unidade entre os cristãos não apenas através de acordos assinados, mas também através da fidelidade à vontade do Pai e do discernimento dos sussurros do Espírito”.

Ele agradeceu a Deus porque "nossas Igrejas não estão resignadas às experiências passadas e atuais de divisão, mas, ao contrário, através da oração e da caridade fraterna, procuram alcançar a plena comunhão que nos permitirá um dia, no tempo de Deus, nos reunir em torno da mesma mesa eucarística”.

O papa Francisco falou dos esforços de "diálogo inter-religioso" e recordou seu encontro com Bartolomeu I "no Reino do Bahrein por ocasião do Fórum de Diálogo Oriente-Ocidente para a Coexistência Humana".

“O diálogo e o encontro são o único caminho para superar os conflitos e todas as formas de violência”, acrescentou.

"Confio à misericórdia de Deus Todo-Poderoso aqueles que perderam a vida ou ficaram feridos no recente ataque na sua cidade, e rezo para que Ele converta os corações daqueles que promovem ou apoiam essas más ações", concluiu o papa.

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