O Natal deste ano marca a primeira vez na história que o Parlamento Europeu permitiu a montagem de um presépio em sua sede em Bruxelas. Até agora, oficiais da instituição europeia o consideravam “potencialmente ofensivo”.

Os esforços de Isabel Benjumea, deputada da União Europeia pela Espanha, foram fundamentais para que a instituição finalmente tivesse um presépio exposto.

Ao ser eleita em 2019, Benjumea tentou preparar as bases para a doação de um presépio ao parlamento que seria exibido durante a época de Natal. No entanto, ela se deparou com prazos e com a burocracia europeia.

No ano seguinte ela começou a dar os passos necessários. A resposta não poderia ter sido mais desanimadora.

Um presépio não poderia ser instalado, ela foi informada pelo escritório do Presidente do Parlamento, porque seria "potencialmente ofensivo” aos descrentes.

“Isso se tornou uma espécie de cruzada porque me parecia inaceitável ignorar as raízes cristãs da Europa”, disse a parlamentar ao jornal espanhol ABC.

Finalmente, neste ano o esforço teve o apoio da presidente maltesa do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, embora o presépio tenha sido apenas “autorizado como uma exibição especial”, que poderá ou não ser renovada no futuro.

O presépio em exposição no Parlamento Europeu é de Murcia, uma região do sudoeste da Espanha com grande tradição em presépios e imagens.

O presépio foi criado por artesãos da oficina de Jesús Griñán.

Em seu discurso no Angelus de 24 de agosto de 2003, são João Paulo II destacou que estava acompanhando em oração a redação do Tratado Constitucional da União Europeia.

O papa disse que a Igreja Católica está convencida de que o Evangelho de Cristo, que foi um elemento unificador dos povos europeus por muitos séculos, deve ser e continua ainda hoje a ser uma fonte inesgotável de espiritualidade e fraternidade. Tomar consciência disso é benéfico a todos, e um reconhecimento explícito das raízes cristãs da Europa no tratado representa a principal garantia para o futuro do continente”.

No entanto, os esforços do papa foram ignorados.

Em 2007, o papa Bento XVI criticou veementemente a União Europeia por excluir qualquer menção a Deus ou às raízes cristãs do continente nas declarações da instituição no quinquagésimo aniversário de sua fundação.

 

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