Durante a audiência geral desta quarta-feira, celebrada na Praça de São Pedro, o Papa João Paulo II refletiu sobre o Salmo 29 intitulado  “Agradecimento pela libertação da morte” e lembrou que a Ressurreição de Cristo convida a “não nos deixar aprisionar pela escuridão do desespero”.

O Santo Padre explicou que este salmo leva a dar graças a Deus  “que nos livrou do temor da morte. Passada a noite da morte desponta a alvorada do novo dia. A tradição cristã interpreta este salmo como um canto pascal”.

“O salmista dirige-se várias vezes ao Senhor tanto para anunciar que o louvará, para recordar o grito lançado a Ele no tempo da prova e sua intervenção libertadora, como para invocar de novo sua misericórdia”, acrescentou o Pontífice.

“As sensações pessoais –continuou– oscilam entre a lembrança terrível do medo sofrido e alegria da libertação. A morte deu lugar à perspectiva da vida que continua”.

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O Papa também ressaltou que o salmo “nos ensina que não devemos nos deixar aprisionar pela escuridão do desespero, como se tudo estivesse perdido”, mas esclareceu que “tampouco devemos cair na ilusão de salvar-nos por nossas próprias forças. O salmista é tentado pela soberba e a auto-suficiência: ‘Eu pensava quando me sentia seguro: ‘Jamais vacilarei’”.

“Os Padres da Igreja nos ensinaram que esta é uma tentação que se insinua no tempo do bem-estar e que os momentos de provação são um aviso divino para nos conduzir à humildade”, acrescentou João Paulo II.

O Santo Padre concluiu afirmando que “a aspiração à vitória manteve-se sempre apesar de tudo e converteu-se ao final em uma esperança de Ressurreição. A satisfação por esta poderosa aspiração foi plenamente assegurada com a Ressurreição de Cristo, pela qual nunca daremos suficientemente graças a Deus”.