VATICANO, 21 de mai de 2007 às 10:41
Ao receber as cartas credenciais do primeiro embaixador da República Democrática do Timor Leste, Justino Maria Aparício Guterres ante a Santa Sé, o Papa Bento XVI expressou sua firme esperança pelo futuro do único enclave católico do sudeste asiático –além das Filipinas-.
O dia da declaração de independência nacional do Timor Leste, 20 maio de 2002, a Santa Sé estabeleceu relações diplomáticas com este país, que obteve sua independência do Indonésia e da opressão islâmica logo depois de uma sangrenta luta.
Em seu discurso, o Santo Padre afirmou que a recente eleição do Prêmio Nobel da paz José Ramos Horta como Presidente da República demonstra "a grande maturidade cívica do povo do Timor, assim como a esperança que tem no processo de construção de um Estado de direito democrático".
O Papa reconheceu que ao país não lhe faltam "incompreensões internas e externas; não se dispõe de todos os recursos necessários para responder às numerosas necessidades de lar, saúde, educação, emprego; não todos estão dispostos a prescindir dos interesses pessoais ou partidários".
Entretanto, assegurou que a Igreja e seus pastores -o 98% dos cidadãos do Timor Leste são católicos- "é uma instância inspiradora e promotora de uma cultura de solidariedade e convivência pacífica na justiça, impulsionando às vontades a colaborar em favor do progresso e do bem comum, sem esquecer a atenção que merecem os mais pobres e desamparados".
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O Papa dirigiu em seguida uma chamada às autoridades do país para que "façam todo o possível por restaurar uma ordem pública eficiente com médios legais e restituam aos cidadãos a segurança na vida cotidiana, obrigado também à confiança reencontrada nas instituições legítimas do Estado".
A Igreja, continuou o Pontífice, ao iluminar melhor a consciência moral dos responsáveis políticos, econômicos e financeiros… ressalta o princípio de solidariedade como fundamento de uma verdadeira economia de comunhão e participação dos bens, na ordem tão internacional como nacional. Esta solidariedade exige compartilhar, de modo eqüitativo, os esforços por resolver os problemas de subdesenvolvimento e os sacrifícios necessários para superar as crises econômicas e políticas, tendo em conta as necessidades das populações mais indefesas".
"Através da promoção integral das pessoas se ajudará aos países a desenvolver-se, a serem autores de seu progresso e sócios da vida internacional e a confrontar o futuro com confiança", adicionou.
Bento XVI concluiu assegurando que os bispos, sacerdotes, religiosos e laicos do Timor Leste "seguirão cumprindo incansavelmente sua missão evangelizadora, assistencial e caridosa" dando "testemunho de entrega abnegada em favor dos mais necessitados".