LA PAZ, 14 de set de 2004 às 16:24
O líder 'cocaleiro' Evo Morales é “oportunista” ao querer utilizar a Igreja Católica –através de alguns sacerdotes- nas eleições municipais de dezembro próximo. Esta é a denúncia de um sacerdote jesuíta que publicou uma clara coluna no jornal La Razón.
O sacerdote René Cardozo advertiu que o partido cocaleiro Movimento ao Socialismo (MAS) pretende utilizar a alta credibilidade da Igreja na sociedade para obter uma vitória nas eleições.
"Chama ainda mais a atenção que o MAS, que foi o único partido majoritário que deu as costa à Igreja no momento de assinar o reencontro nacional propiciado pela mesma, e que durante muito tempo acusou tal instituição de estar aliada com os partidos neoliberais”, assinalou o sacerdote.
Segundo o Padre Cardozo, agora Morales quer “seus membros sacerdotes para engrossar suas filas e exigir que seja a própria Igreja que outorgue todas as concessões necessárias para que dito movimento obtenha seus fins".
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Várias pesquisa assinalam a Igreja Católica como a instituição mais respeitada do país. "É muito possível que por detrás de toda esta controvérsia esteja o desejo do MAS de instrumentalizar a Igreja Católica para ganhar os rendimentos da Instituição de maior prestígio da sociedade boliviana", advertiu o sacerdote.
"Se assim for, convém deixar claro duas coisas: a primeira, que a Igreja Católica não pode adquirir um discurso partidário que a identifique com uma só loja política, e que mas bem seu empenho deve ser velar pelo bem comum e especialmente dos mais pobres", assinalou.
Há alguns dias, o Arcebispo de La Paz e Vice-presidente da Conferência Episcopal Boliviana, advertiu que os sacerdotes que se associarem ao MAS ou qualquer partido serão afastados da instituição e não poderão celebrar Missa.