VATICANO, 2 de jul de 2007 às 18:42
O Diretor da Sala Stampa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, afirmou que a carta do Papa Bento XVI aos católicos na China "está animada por dois grandes amores: que tem pela China e o que tem pela Igreja Católica".
Depois de afirmar que a missiva "tem uma perspectiva muito positiva e cheia de esperança para o crescimento de uma Igreja que seja plenamente chinesa e plenamente católica", o sacerdote jesuíta explicou que o Papa espera que a Igreja nesse país asiático se insira "vital e construtivamente" na "vida de seu povo e sua cultura", que seja "sólida e capaz de levar a riqueza espiritual do Evangelho e o testemunho da fé. A Igreja quer e pode ser verdadeiramente chinesa".
Logo depois de recordar que o texto "está cheio de afeto e gratidão pelo fiel testemunho de tantos católicos chineses, e ao mesmo tempo cheio de teologia da Igreja", o Pe. Lombardi indicou que é "um discurso essencialmente religioso e pastoral, dirigido aos membros da Igreja Católica na China, que não quer entrar em problemas políticos ou diplomáticos".
"O Papa não procura enfrentar-se com ninguém. Não pronuncia acusações de nenhum tipo, dentro ou fora da Igreja, conserva sempre um tom sereno e cheio de respeito, inclusive quando deve referir-se às limitações da liberdade, às posições inaceitáveis, às tensões internas da Igreja", explicou.
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"A exortação à união, à reconciliação, ao perdão recíproco é uma das mensagens mais intensas, que se mantêm em todo o documento", afirmou.
O Diretor da Sala Stampa da Santa Sé disse também que "a clara exposição da natureza característica da comunidade eclesial e do rol dos bispos conduz necessariamente (ao Papa) a tocar o ponto crítico da nomeação destes e a ação dos organismos estatais que expõem em seu atuar com a Igreja princípios irreconciliáveis com a visão católica, como aquele da ‘independência, autonomia e autogestão’".
"Se de parte das autoridades chinesas se teme tradicionalmente uma interferência externa na vida interna do país, de parte da Igreja se sente, por sua vez, o risco de uma interferência indevida do Estado em sua vida interna. Por isso o Papa se empenha em explicar a correta distinção entre o plano político e o religioso, entre as responsabilidades das autoridades civis e as da Igreja, e declara fielmente a disponibilidade da Igreja ao diálogo para superar as incompreensões e pontos controvertidos, também no procedimento da nomeação de bispos", prosseguiu.
Finalmente, o Pe. Federico Lombardi manifestou que a Igreja "será e poderá ser verdadeiramente chinesa quanto seja mais plenamente ela mesma. Isto último é em suma a grande, fiel e maravilhosa mensagem do Papa".