"Entre as mulheres que abortam, os principais determinantes socioeconômicos são a situação trabalhista e o estado civil. As mulheres não casadas que convivem com seu companheiro têm três vezes mais possibilidades de abortar. Por isso o matrimônio reduz o risco de aborto", afirma Manuel Cruz, Diretor da Fundação Vida.

"A situação trabalhista também é determinante para a aceitação da gravidez, porque em graves situações de solidão, a independência da mulher grávida requer independência econômica", explica o Diretor da mencionada instituição espanhola.

Em opinião de cruz, as mulheres na península ibérica cada vez recorrem mais ao aborto porque "existe uma mentalidade anticoncepcional na Espanha de hoje. O aborto se utiliza com freqüência como método anticoncepcional. Os restantes anticoncepcionais não são substitutivos, mas na verdade alguns levam ao ‘consumo’ de outros".

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"Por isso, se a informação e a formação é uma parte mais da espiral anticoncepcional, o Ministério de Saúde voltará a contemplar com assombro o incremento de abortos entre as menores de 30 anos. Neste sentido, quem não entende o problema -neste caso o Ministério de Saúde-, forma parte do problema", explica Manuel Cruz.

Manuel Cruz denuncia que o relatório "Determinantes sociais da interrupção da gravidez na Espanha" de Margarita Delgado e Laura Barrios -o que as autoras consideram que o aborto se incrementou por um "déficit" de informação e de formação- foi financiado pela Fundação Schering da Espanha, a farmacêutica líder em anticoncepção, fundida há alguns meses com a Bayer.