MADRI, 22 de set de 2004 às 13:00
O Arcebispo de Madri e presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Cardeal Antonio María Rouco Varela, pediu não fazer experiências políticas ou jurídicas com o autêntico matrimônio e a família ao mesmo tempo em que destacou o “dever grave e urgente” dos católicos e de toda a sociedade em sua promoção e cuidado.
Em uma carta pastoral, o Cardeal sustentou que “se já não for aconselhável a permanente experimentação política e jurídica com esse instrumento pedagógico tão importante para a educação do homem na fase inicial e fundamental de sua vida que é ‘a escola’; muito menos se deve experimentar com o matrimônio e a família que constituem o primeiro marco e mais íntimo” da pessoa humana.
Depois de criticar as tentativas de dispor totalmente da existência do ser humano afastando-se, embora seja dissimuladamente, das “grandes e fundamentais exigências morais”, o Cardeal enfatizou que “a verdade da pessoa humana, de seus direitos e deveres fundamentais, e a das instituições básicas nas quais nasce, cresce e se desenvolve, está, entranhada no próprio ser do homem, desenhado e criado Por Deus!”.
“Não se encontra a disposição ou ao arbítrio do uso que quiser fazer dela individual ou institucionalmente qualquer poder humano. Mas bem deve ser respeitada escrupulosamente, cuidada, promovida e facilitada em sua realização com todos os recursos dos quais dispõem uma sociedade e uma comunidade política, justamente ordenadas e sinceramente preocupadas com um progresso digno de tal nome”, explicou o presidente da CEE.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O Arcebispo explicou, do mesmo modo, que “as perspectivas de nossa sociedade não melhorarão com um incremento espetacular do número de divórcios e de meninos e adolescentes imersos em crise matrimoniais e familiares dramáticas, e, muito menos, se não ceder e cessa essa sustentada onda abortiva”.
Mais adiante afirmou que são maioria os jovens que querem viver o matrimônio autêntico e que, portanto, “necessitam da ajuda eficaz e pronta da sociedade e de todas as instituições implicadas para poder conciliar profissão com vida matrimonial e familiar; compromisso trabalhista com maternidade e paternidade responsáveis, e para ter acesso aos recursos imprescindíveis para criar e sustentar dignamente uma família: o trabalho e a moradia, especialmente”.
Segundo o Arcebispo, o projeto de Deus sobre o matrimônio e a família “não representa um ideal impossível e, não, uma quimera de sonhadores românticos sem pés no chão da realidade social atual que pisam; mas sim justamente o contrário, por Jesus Cristo e seu Evangelho, vivido e experimentado na comunhão da Igreja, é dom ao alcance imediato de todos; e, é obvio, dos jovens de nosso tempo”.