VATICANO, 12 de out de 2007 às 11:16
O Cardeal Jean-Louis Tauran, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, assinalou nesta sexta-feira que a carta que 138 chefes muçulmanos dirigiram recentemente ao Papa e outros líderes cristãos é um "sinal de esperança" para o diálogo com o Islã.
Na carta, dirigida aos principais líderes cristãos na quinta-feira, importantes intelectuais muçulmanos do Oriente Médio e Europa assinalam a urgência de procurar pontos comuns entre cristãos e muçulmanos, que "juntos compõem 60% da população mundial", para obter a estabilidade e a paz global.
"Trata-se de um texto muito interessante porque representa um documento novo, já que procede de muçulmanos sunitas e não xiitas. Não é um documento polêmico, com numerosas citações tanto do Antigo como do Novo Testamento", assinalou o Cardeal Tauran.
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Respondendo à pergunta sobre o que devem fazer os líderes religiosos para que não se identifiquem violência e religião, o Cardeal respondeu que "teria que convidar em primeiro lugar a seus seguidores a compartilhar as três convicções contidas na carta: Deus é único; Deus nos ama e nós devemos amá-lO; Deus nos chama a amar ao próximo".
Estas afirmações contidas no documento, destacou, são "um sinal de esperança porque demonstra que a boa vontade e o diálogo podem vencer aos prejuízos. É um enfoque espiritual do diálogo inter-religioso que eu definiria ‘diálogo das espiritualidades’".
"Muçulmanos e cristãos devem responder apenas a uma pergunta: Em sua vida, Deus é realmente o único?", concluiu.