DENVER, 26 de mai de 2004 às 13:09
Em uma coluna que publica no semanário da Arquidiocese de Denver, Dom Charles Chaput afirmou que receber a comunhão sem crer na doutrina da Igreja ou sem estar em estado de graça é um ato grave de hipocrisia que afeta tanto do comungante como a todo o povo de Deus.
O Arcebispo publicou sua coluna quando nos Estados Unidos a imprensa continua o debate sobre se deve ou não negar a comunhão aos políticos católicos que dissentem da Igreja em matéria fundamental como o aborto, os anticoncepcionais, a manipulação genética ou a eutanásia.
Em sua coluna, Dom Chaput lembra que “como católicos, cremos que a Eucaristia não é só um símbolo ou uma ceia sagrada ou um importante rito que expressa nossa comunidade. É, literalmente, o corpo e o sangue de Jesus Cristo. É Sua presença viva no meio de nós. Isto é o que distingue a fé católica de quase qualquer outra denominação protestante”. A Eucaristia continua sendo hoje a fonte e cume da vida católica.
“Há 50 anos –lembra o Prelado- muitos de nós evitávamos receber a comunhão como conseqüência de um excessivo temor de nossos próprios pecados. Hoje em dia, muitos de nós recebemos a comunhão inconscientemente, como reflexo, sem nenhum sentida da urgente necessidade de um auto-exame, da humildade e da conversão”.
“Muitos de nós hoje necessitamos uma devoção mais profunda à Confissão simplesmente para recuperar a compreensão básica da graça e do pecado”, acrescenta.
Dom Chaput lembra que “se ignoramos ou negamos o que ensina a Igreja ou rejeitamos o que ensina, não estamos ‘em comunhão’ com a fé católica. Estamos separados da comunidades de crentes. Se ainda assim recebemos a comunhão, estamos nos comprometendo com uma mentira”.
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”Reclamar-se católico e depois rejeitar os ensinamentos católicos é um ato de desonestidade e uma falta de integridade pessoal. Pior ainda –acrescenta o Arcebispo de Denver-, se então recebemos a comunhão, violamos cada católico que sim crê e trata de viver a fé plena e generosamente. E isso constitui um pecado contra a honestidade como um pecado contra a justiça e a caridade.
Confusão
Segundo explica o Prelado “o atual debate mediático sobre ‘a negação da comunhão aos políticos católicos’ está cheio de ignorância sobre a Igreja e sobre o sentido verdadeiro da Eucaristia”.
“A Igreja sempre espera que os católicos que estão vivendo um pecado grave ou que negam os ensinamentos da Igreja –quer sejam funcionários altamente visíveis ou fiéis anônimos- tenham a integridade de respeitar tanto a Eucaristia como os fiéis e se abstenham de receber a comunhão”.
E sobre os ataques lançados contra a Igreja por afirmar sua postura, Dom Chaput afirma que “cada vez que a Igreja é criticada, entende-se melhor a si mesma e se vê purificada. E quando é purificada então pode servir melhor ao Senhor”.
Estamos em um tempo para a Igreja em nosso país em que alguns católicos –muitos- estão descobrindo que tornaram-se gradualmente não-católicos que vão à Missa. Isto é triste e duro, e é também um juízo sobre uma geração de liderança católica. Mas talvez seja o momento preciso da verdade que a Igreja necessita”, conclui o Arcebispo.