VATICANO, 20 de nov de 2007 às 12:49
"Educar juntos na escola católica. Missão compartilhada de pessoas consagradas e fiéis laicos", é o título do documento da Congregação para a Educação Católica apresentado hoje na Sala de Imprensa da Santa Sé.
Na apresentação participaram o Cardeal Zenon Grocholewski; Prefeito da Congregação para a Educação Católica; Dom Angelo Vincenzo Zani, Subsecretário do mencionado dicasterio; e Roberto Zappalà, reitor dos Liceus do Instituto Gonzaga de Milão.
Depois de indicar que a globalização favorece "o encontro e o intercâmbio entre os povos, mas pode produzir perigosas homologações culturais, um certo colonialismo cultural", o Cardeal Grocholewski advertiu que existe "um profundo mal-estar no mundo da escola, sobre tudo no ocidente"; onde os professores "sentem-se desmotivados e vêem frustrada sua tarefa educativa".
"Existem sinais muito preocupantes, como a do aumento da violência na escola e entre os adolescentes, assim como a dificuldade das famílias –que não está de mais recordar, são as primeiras responsáveis pela educação dos filhos– para ser parte ativa da comunidade educativa escolar", prosseguiu.
Por sua vez, Dom Zani destacou que "a escola católica atua em todas as zonas geográficas, inclusive naquelas onde não há liberdade religiosa ou são social e economicamente mais marginadas, com uma capacidade admirável para responder às emergências e às necessidades formativas".
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Ao mencionar alguns exemplos, o Prelado citou o caso do Líbano, onde "o programa da escola católica tem o objetivo principal de levar aos jovens ao diálogo e à colaboração entre muçulmanos e cristãos" e o do Bósnia, quando "em plena guerra dos Bálcãs a arquidiocese do Sarajevo fundou três escolas chamadas ‘Escolas para a Europa’, destinadas a acolher alunos sérvios, croatas e muçulmanos".
"Merecem uma menção especial" os "países da Europa Central e Oriental, onde a queda do comunismo desbloqueou uma situação que se prolongava desde fazia anos, fazendo redescobrir o valor da pessoa e da liberdade também nos processos formativos. Em muitas dessas nações se levaram a cabo profundas revisões das legislações escolásticas nas que agora se prevê também o reconhecimento e a ajuda às escolas católicas", continuou.
Continuando, Dom Zani assinalou que "no mundo há ao redor de 250 000 institutos escolásticos católicos, freqüentados por milhões de alunos, distribuídos por continente desta forma. Na África 10 000 000; nas Américas 12 000 000; na Ásia 10 000 000; na Europa 9 000 000; na Oceania 800 000. Os professores das escolas católicas rondam os 3 500 000".
Por sua parte, o professor Zappalà explicou que o documento, de 26 páginas, publicado em inglês, francês, espanhol e italiano, "quer oferecer uma reflexão sobre três aspectos fundamentais que concernem à colaboração entre fiéis laicos e consagrados na escola católica".
O texto, prosseguiu, consta de três seções: "A comunhão na missão educativa; Um caminho de formação para educar juntos; e A comunhão para abrir-se aos outros".