MADRI, 12 de out de 2004 às 12:11
Pessoas da clínica privada Ginemedex de Barcelona reconheceu que este centro realizaria abortos ilegais, inclusive além das 24 semanas de gestação, alegando falsas “urgências ginecológicas”. Segundo as fontes, uns 1120 abortos seriam praticados anualmente a mulheres britânicas em períodos de gestação mais avançados.
Esta informação foi obtida em conversações gravadas por dois jornalistas do The Sunday Telegraph, que publicou uma ampla reportagem sobre o aborto livre que procura esta clínica.
Conforme destaca o jornal ABC de Madri, “80% dos clientes do Ginemedex procede do Reino Unido, onde a lei permite abortar livremente até a 24ª semana”.
“Uns 1120 abortos de mulheres britânicas em períodos de gestação mais avançados são realizados anualmente no Ginemedex. Provavelmente na maioria dos casos se trata de fetos em perfeito estado de saúde e de mães sem riscos físicos ou mentais, já que do contrário esses abortos poderiam ser realizados no Reino Unido sem problemas legais e com menor preço”, descreve o jornal.
“Se você tiver uma gravidez normal e quer abortar, o que colocamos no papel é que havia uma urgência ginecológica”, assegurou aos jornalistas britânicos uma responsável pelo centro, acrescentando que desta forma se aproveita um subterfúgio da lei espanhola.
Vínculos da morte
O jornal espanhol informa que Ginemedex mantém uma estreita relação com o British Pregnancy Advisory Service (BPAS), uma instituição britânica que realiza abortos e recebe subvenções do Sistema Nacional de Saúde.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
BPAS “aconselha abertamente a quem se encontra no limite das 24 semanas de gestação ou já o ultrapassaram que querem abortar, podem dirigir-se à clínica em Barcelona, cujo telefone oferecem sem especificar que a intervenção será igualmente ilegal na Espanha”.
Por sua vez, o ministro da Saúde britânico, John Reid, anunciou uma investigação, porque uma instituição com subvenção estatal não pode praticar abortos além do previsto pela legislação britânica “nem que anulem a lei de um país europeu”.
A jornalista de 26 semanas de gestação
Depois que BPAS convidasse a ficar em contato com o Ginemedex, a jornalista britânica com 24 semanas de gestação, Charlotte Edwardes, ligou para a clínica de Barcelona para confirmar se ali poderia abortar. “Edwardes gravou as conversas telefônicas, onde responsáveis pela clínica Ginemedex, afirmam reiterando que este centro realiza abortos falsificando a documentação e utilizando o artifício de ‘emergência ginecológica’”.
Semanas depois, a jornalista britânica viajou a Barcelona em sua 26ª semana de gravidez, acompanhada por outro jornalista. Edwardes foi reconhecida pelo doutor Tanda, que dispôs o necessário para o aborto do bebê.