VATICANO, 17 de fev de 2008 às 11:55
Ao refletir sobre a passagem da Transfiguração do Senhor durante a oração do Ângelus deste domingo ao meio dia, o Papa Bento XVI propôs esta passagem, junto ao do primeiro domingo de Quaresma, como os “pilares” deste tempo e de toda a vida cristã.
“Prosseguindo o caminho penitencial, a liturgia, depois de nos haver apresentado no domingo passado as tentações de Jesus no deserto, convida-nos a refletir sobre o evento extraordinário da Transfiguração no monte”, disse o Pontífice.
O Papa assinalou que enquanto a passagem da tentação é “prelúdio do grande duelo final da Paixão, a Transfiguração “antecipa a glória da Ressurreição”.
Por um lado “vemos Jesus plenamente homem”, por outro; “contemplamos ao Filho de Deus, que diviniza nossa humanidade”.
“Desse jeito –prosseguiu- podemos dizer que estes dois domingos representam as colunas sobre as quais se apóia todo o edifício da Quaresma até a Páscoa, e inclusive toda a estrutura da vida cristã, que consiste essencialmente no dinamismo pascal: da morte à vida”.
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O monte Tabor, explicou o Santo Padre, “é o lugar elevado em relação à existência cotidiana, onde se respira o ar puro da criação”. “É o lugar da oração, onde se fica na presença do Senhor”, adicionou.
“A Transfiguração é um acontecimento de oração: orando Jesus mergulha em Deus, une-se intimamente a Ele, adere com sua própria vontade a vontade de amor do Pai, e assim a luz o invade e aparece visivelmente a verdade de seu ser: Ele é Deus, Luz de Luz”; assinalou o Papa, ao indicar a relação das vestimentas brancas e radiantes de Jesus no Batismo.
“Aqui está o ponto crucial: a Transfiguração é antecipação da ressurreição, mas esta pressupõe a morte. Jesus manifesta aos Apóstolos sua glória, para que tenham a força de enfrentar o escândalo da cruz, e compreendam que é necessário passar através de muitas tribulações para chegar ao Reino de Deus”, disse o Papa.
O Pontífice concluiu: “Para entrar na vida eterna é necessário escutar a Jesus, segui-lo pelo caminho da cruz, levando como Ele a esperança da ressurreição. ‘Spe salvi’, salvos pela esperança. Hoje podemos dizer: ‘Transfigurados pela esperança’”.