MADRI, 15 de out de 2004 às 12:04
Em sua mais recente carta pastoral, o Arcebispo de Valência, Dom. Agostinho García-Gasco, expressou sua preocupação pelo crescimento durante os últimos meses de uma planejada corrente de opinião anti-religiosa”.
Como em uma ocasião anterior, o Prelado estendeu sua preocupação pelo crescimento do “laicismo intolerante contra os cristãos: o nacional-laicismo”, termo, este último, com o qual intitula sua missiva publicada pela agência AVAN.
Dom García-Gasco precisou que a aconfissionalidade e a separação dê a Igreja e o Estado “contam com o apoio dos católicos”, mas não ocorre o mesmo com o “laicismo intolerante, que é algo muito diverso”. Este laicismo –explicou o Arcebispo- é “como uma caricatura da legítima aconfissionalidade, um preconceito anti-religioso” que mostra as crenças religiosas como “superstições de gente inculta”.
Segundo o Prelado, o laicismo “trata a religião como se fosse uma ‘afeição privada’ que não deve ter manifestações públicas, nem relevância jurídica ou social”. Em sua carta semanal assinalou que seus promotores “primeiro querem expulsar a religião da esfera social e em seguida, em uma segunda fase, eliminá-la no homem, para que os princípios religiosos acabem desaparecendo da consciência humana”.
Para conseguir estes fins, explicou Dom García-Gasco, “qualquer dado que desprestigie os cristãos e à Igreja merece ser exagerado e repetido até não poder mais”. Pelo contrário, os numerosos feitos que favorecem o sentido religioso “resultam minimizados ou silenciados”. Isto “é claramente injusto, sectário e, desgraçadamente, procede dê ressentimentos e frustrações pessoais”.
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Além disso, “atenta contra a decência e a retidão moral”, acrescentou o Arcebispo, que lamenta que quem empreende “a militância laicista” se autodenominem “tolerantes e progressistas” quando, “de modo paradoxal, são eles os que ditam o que se deve tolerar e o que não”.
O Arcebispo destacou que “nos últimos meses abundam amostras de ‘laicismo confessante e militante’”. Quem as fomenta querem “situar-se além do bem e do mal, e com o apoio de grupos de pressão, procuram convencer à opinião pública de que continuam sendo tolerantes”.
Depois de lamentar que a “intolerância laicista” disforme a realidade e “manipule a fé católica para oferecer uma imagem da Igreja distorcida e caricata”, Dom. García-Gasco animou aos católicos “a não terem medo diante desta situação”, e a “abandonar complexos e cômodos silêncios para fazer uso de nossa liberdade de expressão”.