NAÇÕES UNIDAS, 19 de mar de 2008 às 18:11
O Núncio Apostólico ante a ONU, Dom Silvano Tomassi, destacou que os estados devem lutar por eliminar o racismo, através do diálogo e obtendo efetivamente que cada vez mais pessoas desfrutem de todos seus direitos, entre os quais estão a liberdade religiosa que em muitos lugares está ameaçada.
Assim o indicou o Prelado em seu discurso breve de hoje na 7ma Sessão do Conselho de Direitos humanos, sobre o item 9: Racismo, discriminação racial, xenofobia e formas relacionadas de intolerância: seguimento e implementação da Declaração Durban e Programa de Ação.
"O assunto do pluralismo nas sociedades contemporâneas e a luta contra o racismo pode encontrar uma solução em um ambiente em que as pessoas desfrutem de todos os direitos humanos, civis e políticos assim como os sociais, culturais e econômicos", disse o Arcebispo.
"Não é através da assimilação radical ou a separação, mas através da interação e integração na base dos valores comuns, como se expressa nos direitos humanos, que o diálogo genuíno é possível. Somente a tolerância não é suficiente, todos devem perceber as diferenças e a igualdade com as outras pessoas para encontrar soluções aos problemas de viver juntos", continuou.
Como primeiro passo desta nova tendência, Dom Tomassi ressaltou a necessidade do diálogo franco no que "o sentido de responsabilidade tem que estar presente e a capacidade de aceitar críticas dirigidas a melhorar o crescimento pessoal no marco dos direitos humanos. Mais do que insistir em um choque de civilizações, é melhor concentrar-se em erradicar a linguagem de fobia, que arrisca a polarizar ainda mais as posições, é melhor concentrar-se na defesa e promoção dos direitos humanos".
Intolerância religiosa
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O Prelado, ao referir-se à discriminação por religião, explicou que "uma aproximação comum pode ser lhe dar especial atenção às vítimas da discriminação racial ou religiosa, cujos direitos humanos básicos são continuamente negados inclusive ao ponto da violenta privação da vida".
"Por exemplo, em alguns países é difícil para os cristãos professar sua fé publicamente, já que são obrigados por uma imposição à invisibilidade. Estes fatos reais, se se incluírem, fariam que o Informe sobre o racismo seja mais objetivo e completo", precisou.
"O racismo e a intolerância devem ser combatidos mediante medidas práticas consertadas. A educação, que favorece o conhecimento mútuo, que constrói a confiança e sustenta a implementação dos direitos humanos, pode servir como um veículo crítico para o diálogo efetivo", explicou logo o Núncio.
Depois de expor algumas medidas de ação legal, o Prelado destacou que diante desta problemática, "deve-se priorizar a mudança de atitude para que o coração seja constantemente purificado e não seja mais governado pelo medo ou o espírito de dominação, senão que se abra a outros com solidariedade".
"Este é um rol fundamental das religiões que têm a responsabilidade de oferecer um ensino que destaque a dignidade de todo ser humano e a unidade da família humana", concluiu o Arcebispo.