VATICANO, 7 de mai de 2008 às 10:52
O Patriarca, durante seu breve discurso, falou do caminho ecumênico e se deteve na história do povo armênio, vítima de um brutal genocídio de parte do império turco a inícios do século XX.
Bento XVI, saudando o patriarca, referiu-se à estátua de São Gregório o Iluminador, fundador da igreja armênia, colocada em um nicho da basílica e que "recorda-nos as graves perseguições padecidas pelos cristãos armênios, especialmente no século passado. Os mártires armênios são um sinal da potência do Espírito Santo, que obra em tempos de escuridão e um objeto da esperança cristã em todo lugar".
O Pontífice assinalou logo que "estes dias de preparação imediata para a solenidade de Pentecostes nos estimulam a avivar a esperança na ajuda do Espírito Santo para avançar pelo caminho do ecumenismo. Temos a certeza de que o Senhor não nos abandona nunca na busca da unidade porque seu Espírito obra incansavelmente para sustentar nossos esforços encaminhados a superar qualquer divisão".
O Espírito Santo, prosseguiu o Santo Padre, é "força para o perdão dos pecados, de renovação de nossos corações, de nossa existência; renova a terra e cria unidade onde havia divisão".
Quando descende sobre os apóstolos, estes falam em todas as línguas; um sinal, explicou o Papa, de que "a dispersão babilônica, fruto da soberba que separa aos homens, é superada no Espírito, que é caridade e nos dá unidade na diversidade".
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"A Igreja –explicou logo– fala do primeiro momento de sua existência graças à força do Espírito Santo... em todas as línguas e vive em todas as culturas. Não destrói nada dos dons nem da história própria, mas sim os assume todos em uma unidade nova e grande que reconcilia a unidade com a multidão de formas".
Assim, explicou o Papa, o Espírito Santo "une com sua força aos homens dispersos na caridade divina e cria assim a grande comunidade, que é a Igreja em todo mundo".
Bento XVI sublinhou a seguir que também agora "a Igreja recolhimento no Cenáculo... reza para conseguir novas efusões dos dons do Espírito Santo e, empurrada por seu corajoso vento não teme anunciar o Evangelho até os limites da terra. Por isso, inclusive frente às dificuldades e as divisões os cristãos não podem resignar-se nem ceder ao desalento".
"Cristo pede a quão cristãos perseverem na oração para manter acesa a chama da fé, da esperança, da caridade e o desejo da unidade plena", afirmou o Santo Padre, evocando depois sua recente viagem apostólica aos Estados Unidos quando recalcou "a centralidade da oração no movimento ecumênico", porque "neste momento de globalização e, ao mesmo tempo de fragmentação, "se não haver oração, as estruturas, as instituições e os programas ecumênicos estariam privados de seu coração e de sua alma".
Por último, o Papa citou a epístola de São Paulo aos Gálatas onde se lê que "os frutos do Espírito Santo são a caridade, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fé, a mansidão, a continência", e exclamou: "Estes são os dons do Espírito que invocamos também nós hoje para todos os cristãos, para que no serviço generoso e comum ao Evangelho, sejam no mundo sinal do amor de Deus pela humanidade!"