VATICANO, 28 de mai de 2008 às 10:43
Durante a catequese desta quarta-feira que dedicou à figura do Papa São Gregório Magno (540-604), o Papa Bento XVI assinalou que, como o demonstrou este grande Padre da Igreja, que teve a seu cargo governá-la em tempos tormentosos, a verdadeira paz e felicidade provêm de Deus.
Gregório, afirmou o Santo Padre, "foi realmente um grande Papa e um grande Doutor da Igreja". Nasceu em Roma em 540, no seio de uma família rica, nobre, que se distinguia por sua "fé cristã e por seus serviços à Sede Apostólica".
O Pontífice recordou também que São Gregório entrou na administração pública e "em 572 chegou a ser Governador de Roma. Entretanto, esta vida não lhe satisfez e ao pouco tempo decidiu deixar este cargo civil e se retirou à sua casa para iniciar a vida monacal". Deste modo, "adquiriu um profundo conhecimento da Sagrada Escritura e dos Pais da Igreja, do que se serve depois em suas obras".
Devido a sua experiência e às suas qualidades, o Papa Pelágio II o nomeou diácono e o enviou como seu embaixador a Constantinopla, "com o fim de superar os últimos resíduos da controvérsia monofisita e sobre tudo obter o apoio do imperador para conter a pressão dos longobardos". Depois de vários anos, "o Pontífice o chamou Roma e o nomeou seu secretário". Quando Pelágio II morreu, Gregório o sucedeu na Sede de São Pedro. Era 590".
O Santo Padre assinalou que do pontificado de Gregório "conserva-se uma ampla documentação graças ao Registro de suas cartas, 800".
"Entre os problemas que afligiam naquele tempo a Itália e Roma havia um de particular relevo, tanto no âmbito civil como eclesiástico: a questão dos longobardos". Para confrontá-la, "estabeleceu com eles relações de fraternidade em vista de uma paz futura fundada no respeito recíproco e na convivência serena entre italianos, imperiais e longobardos".
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Depois de afirmar que a negociação com o rei longobardo Agilulfo "desembocou em um período de trégua que durou uns três anos (598-601), depois dos quais foi possível estipular em 603 um armistício mais estável", o Papa ressaltou que isto se deveu também "graças aos contatos paralelos que mantinha Gregório com a rainha Teodolinda, que era bávara e católica". Ela "conseguiu conduzir aos poucos ao rei ao catolicismo, preparando assim o caminho à paz. A história desta rainha constitui -assegurou- um bonito testemunho sobre a importância das mulheres na história da Igreja".
"São Gregório -continuou- também foi um ativo protagonista de uma variada atividade social. Com as rendas do patrimônio conspícuo que a Sede romana possuía na Itália, especialmente na Sicília, comprou e distribuiu grão, socorreu aos necessitados, ajudou a sacerdotes, monges e monjas que viviam na indigência, pagou resgates de cidadãos feitos prisioneiros pelos longobardos, comprou armistícios e tréguas".
O Papa destacou que "São Gregório desenvolveu esta intensa atividade apesar de sua precária saúde, que o obrigava freqüentemente a guardar cama". "Não obstante as condições dificílimas nas que teve que atuar, conseguiu conquistar, graças à santidade da vida e à rica humanidade, a confiança dos fiéis, conseguindo para seu tempo e para o futuro resultados realmente grandiosos".
"Era um homem imerso em Deus: no fundo de sua alma estava sempre viva o desejo de Deus, e precisamente por isso estava sempre muito próximo ao próximo, às necessidades da gente de seu tempo. Em um tempo desastroso, é mais, sem esperança, soube criar paz e dar esperança".
"Este homem de Deus nos mostra onde estão as verdadeiras fontes da paz, de onde vem a verdadeira esperança e deste modo é uma guia também hoje para nós"., concluiu o Papa.