MADRI, 25 de out de 2004 às 12:59
A Confederação de Associações de Pais Católicos (CONCAPA) anunciou sua intenção de recolher ao menos um milhão de assinaturas a favor de que a religião confessional seja disciplina avaliável com igual categoria que as demais e de que o estudo do fato religioso seja a alternativa.
O presidente de CONCAPA, Luis Carbonel, declarou que “este é o primeiro passo: se nossa demanda não é atendida, expor uma manifestação e recorreremos ao Constitucional”.
Igualmente, Carbonel explicou que as assinaturas se apresentarão ao presidente do Executivo, José Luis Rodríguez Zapatero, e calculou que a campanha e recontagem de apoios poderia concluir antes do final do ano.
“O Estado é um mero gestor, que deve proporcionar a educação escolhida pelos pais”, disse Carbonel, advertindo que se trata de uma chamada de atenção ao Governo para que seja democrático e respeite a vontade dos pais.
Por outro lado, a Federação de Religiosos do Ensino-Centros Católicos (FERE-ECA) apoiou a iniciativa, assim como também mobilizações na rua ou que se vá aos tribunais se for necessário.
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O presidente da FERE, Manuel de Castro, disse que “Minha sensação pessoal é que há uma vontade mais ou menos explícita de relegar à religião confessional fora do sistema escolar”. Do mesmo modo, declarou que a posição do Ministério é de "imposição" e que assim não se pode chegar nenhum pacto escolar.
"Terei que dialogar, rebaixar um pouco todas as exigências e chegar a uma fórmula aceitável para que de uma vez por todas este tema fique resolvido; se resolver como o está apresentando o Ministério, logicamente é uma solução totalmente em falso e totalmente negativa para a aula de religião", concluiu de Castro.
A reforma educativa
A reforma educativa do Governo indica que o ensino da religião tenha uma dupla dimensão: uma para todos os estudantes, de caráter não confessional; e a confessional, no marco dos acordos com as diferentes confissões religiosas, que seria de oferta obrigatória para os centros mas de eleição voluntária para os alunos.
Segundo o Ministério de Educação e Ciência, esta disciplina -a confessional- não seria computável a efeitos acadêmicos de nota média para o acesso à Universidade nem a efeitos de obtenção de bolsas de estudo.